Olá.
Em mais de uma década como analista de investimentos, sempre recebi dúvidas sobre o dólar.
“Vai subir? Vai cair? É hora de comprar?”
Independentemente da cotação em que está sendo negociado, memorize:
Sempre é bom ter um pouco da moeda americana em sua carteira!
Isso vale mesmo quando ela está barata ou em níveis mais altos, como os atuais. Historicamente, o dólar americano é admitido globalmente como uma moeda forte, o que mantém seu valor mesmo em cenários adversos.
Ou seja, em momentos de incerteza nos mercados, ele acaba funcionando como um mecanismo de proteção, reduzindo o risco de seu portfólio – estratégia conhecida como hedge. E uma vez que estes momentos costumam aparecer sem o menor aviso prévio, é sempre bom estar protegido.
Você concordou comigo até aqui, mas também acha que, acima dos 5 reais, o dólar está muito caro para ser comprado agora? Pois saiba que ele sempre pode subir mais!
Afinal, quando há uma instabilidade econômica ou política, local ou mundial, a aversão ao risco aumenta e os investidores preferem apostar na economia dos EUA a comprometer o capital em países emergentes.
Hoje, enquanto a pandemia dá sinais de arrefecimento e as economias apontam para uma retomada, um fator em especial tem deixado muitos especialistas em alerta: a ameaça de inflação que ronda o sistema financeiro americano.
Fazendo uma breve retrospectiva, o atípico 2020 interrompeu uma sequência inédita de 10 anos consecutivos de crescimento para a economia americana. Ao longo de todo este período, o país viveu em pleno emprego, os salários aumentaram e as ações subiram quase que ininterruptamente.
Acontece que toda essa bonança, que já voltou a ser observada neste ano, tem uma contrapartida...
Salários maiores significam maior poder de compra. Em outras palavras, mais americanos estão com mais dinheiro para gastar, o que tem se traduzido em um crescimento mais acelerado da demanda do que da oferta.
Quando isso acontece, os preços sobem. Está formado, portanto, o cenário de inflação.
Como bons brasileiros, sabemos muito bem que a inflação pode ser totalmente corrosiva ao patrimônio – você provavelmente viveu ou tem um parente com alguma história de dificuldade relacionada à nossa inflação galopante dos anos 80 e 90.
Para combater a inflação, por sua vez, os bancos centrais têm uma arma poderosa e eficiente: a taxa de juros. No caso específico do Federal Reserve, aumentar a taxa de juros seria como fechar a torneira que vem alimentando a atividade e os mercados há anos.
O Fed já sinalizou que deve aumentar os juros nos EUA em 2023, mas o fato de a inflação no país estar no maior patamar desde 2008, com uma alta de 5% acumulada nos últimos doze meses, pode fazer com que esse aumento venha antes do esperado.
Não sabemos ao certo quando isso vai acontecer, mas trata-se de uma ameaça que não pode ser ignorada.
Em termos práticos, se você ainda não possui uma pequena parte do seu patrimônio em dólar, agora é a hora de comprar.
Conheça o Fundo de Diversificação em Ações Globais do BTG: apenas R$ 100 para começar!
Lembre-se que quando o Fed apertar os cintos (e ninguém mais duvida que essa hora vai chegar), haverá menos dólares circulando pelo mundo, o que fará com que a moeda americana se valorize.
Neste cenário, o investidor estrangeiro hesitará em retirar seu dinheiro de um mercado tão sólido quanto o dos EUA para colocá-lo em um emergente muito mais arriscado, como o Brasil.
Verdade que, no curto prazo, podemos ver a cotação do dólar caindo frente ao real. Mas são tantos os fatores que influenciam o mercado de câmbio, que, de um dia para o outro, tudo pode mudar.
No fim das contas, é simplesmente impossível prever o comportamento de uma moeda – duvide de quem disser o contrário.
Durante a última década, por exemplo, o dólar oscilou de R$ 1,50 para quase R$ 6,00. Então, por via das dúvidas, tenha sempre ativos dolarizados em sua carteira.