O leitor Idevam Inácio de Paula envia à coluna Gramatigalhas a seguinte mensagem:
"Agora se faz presente a dúvida: 'deletar', será que existe em nosso vernáculo?
1) Um leitor indaga, em síntese, se existe no vernáculo, em linguagem culta, o vocábulo deletar.
2) Inicia-se esta resposta com a observação de que, entre nós, a Academia Brasileira de Letras é o órgão incumbido, desde a edição da Lei 726/1900, de definir a existência, a grafia oficial, o gênero e as peculiaridades dos vocábulos em nosso idioma. E ela, para atender a essa autorização legal, o faz oficialmente pela edição, de tempos em tempos, do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP). Mais modernamente, ela também tem disponibilizado em seu site pela internet o rol dessas palavras e expressões oficialmente existentes.
3) Com essa anotação como premissa, uma consulta à referida obra revela que o vocábulo deletar existe em nosso idioma ; além disso, para o Dicionário Aurélio, significa apagar ou eliminar , e o Dicionário Houaiss lhe acrescenta os sentidos de remover e suprimir.
4) Respondendo, então, diretamente, à indagação do leitor, pode-se afirmar que o vocábulo deletar existe, sim, em nosso idioma e tem os significados de apagar, eliminar, remover ou suprimir.
5) Vale acrescentar que sua origem mais direta e recente é o inglês, que introduziu o termo em nosso meio por via da informática; sua raiz mais remota, todavia, está no latim, em que o verbo delere (que deu origem à forma delir em português) apresenta, no supino (forma nominal de verbos que não tem correspondente no vernáculo), a forma deletum (que, entre nós, deu origem exatamente ao verbo deletar), todas elas exatamente com esse conteúdo semântico comum já referido.