Gramatigalhas

Ressabido – Existe?

Ressabido – Existe? O Professor esclarece a dúvida.

4/11/2015

A leitora Priscilla S. Tavares envia a seguinte mensagem ao autor de Gramatigalhas:

"Está correto utilizar a palavra ressabido? Obrigada."

1) Palavra usada com frequência nos meios jurídicos, reveste-se de plena correção, na consonância com lição de João Ribeiro, para quem "uma das formas populares de grau ou ênfase é feita com o prefixo re: velho, revelho".

2) Em mesma esteira é a lição de Mário Barreto, que considera formas dessa natureza verdadeiros superlativos, e traz, em acréscimo, diversos exemplos de Castilho: "tolo e retolo"; "minha e reminha"; "seu e resseu"; "são, ressão e arquissão".

3) Veja-se o seguinte exemplo extraído da introdução dos estudos de linguagem do Padre José F. Stringari: "Se você tiver a coragem de dar-se à leitura destas páginas, achará certamente nelas expressões e torneios ressabidos de classicismo".

4) Defendendo a integral viabilidade desse processo de formação de novas palavras e invocando lição de Mário Barreto, assevera Cândido Jucá Filho que o re, em casos como refulgente e retolo, é "prefixo enfatizante".

5) Edmundo Dantès Nascimento traz, em abono do emprego desse processo de ênfase, um exemplo colhido em Castilho: "Nem que ela à face do altar não fosse minha e reminha".

 

 

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Colunista

José Maria da Costa é graduado em Direito, Letras e Pedagogia. Primeiro colocado no concurso de ingresso da Magistratura paulista. Advogado. Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP. Ex-Professor de Língua Latina, de Português do Curso Anglo-Latino de São Paulo, de Linguagem Forense na Escola Paulista de Magistratura, de Direito Civil na Universidade de Ribeirão Preto e na ESA da OAB/SP. Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas. Sócio-fundador do escritório Abrahão Issa Neto e José Maria da Costa Sociedade de Advogados.