No Migalhas 1.248, foi publicado o poema "Nova Colheita", de autoria Rodrigues de Abreu, extraído de um livro de 1932, que tem por título "A Sala dos Passos Perdidos". Alguns leitores enviaram mensagens, indagando ao autor de Gramatigalhas a origem da expressão que dá título ao livro.
1) Em alguns tribunais e repartições, costuma haver salões com tal nome, e muitos ficam a imaginar qual o real sentido dessa expressão.
2) A Alguém que lhe indagava o que isso queria dizer, assim respondia Cândido de Figueiredo: "Alguém nunca foi pretendente? À mão de sua caríssima metade, com certeza; a empregos e sinecuras, não sei. Mas se tiver subido muita vez as escadas das secretarias de Estado, se tiver perdido a paciência nas antecâmaras dos ministros e das cortes, se tiver visto a solenidade com que um contínuo responde a um pretendente que o senhor ministro está a despacho e só recebe depois de seis horas, já deve saber o que são passos perdidos e botas malbaratadas. Pois a essas antecâmaras, em que tantas horas e tantos passos se perdem, é que a sabedoria dos povos, pelo menos em Portugal e em França, chamou sala dos passos perdidos. Já vê que, junto à Câmara dos Deputados, não podia deixar de haver uma sala dos passos perdidos. Nunca lá foi? Os meus parabéns".
3) Com o título O Salão dos Passos Perdidos, há um livro de autoria de Evandro Lins e Silva, da Editora Nova Fronteira. Também trata do assunto Maurice Garçon, em "O Advogado e a Moral", além de Honoré de Balzac, o qual, em 1837, já fazia referência a essa dependência dos palácios.