Gramatigalhas

Arrolar e Arrulhar

Arrolar e Arrulhar. O professor José Maria da Costa esclarece.

9/2/2011

A leitora Odete Rocha envia a seguinte mensagem ao Gramatigalhas: 

"Prezado professor, qual seria a melhor pronúncia para o verbo 'arrolar', no sentido de 'arrulhar', na terceira pessoal do plural? Com ó aberto: (eles arrólam, fazem um rol) ou ô fechado (eles arrôlam, que fica mais perto de rolinhas e pombinhos)? Pergunto, porque pretendo fazer uma brincadeira com esses sentidos do verbo no interprograma que escrevo e apresento na TV Justiça, o Quem Tem Dúvidas, quando falar sobre arrolamento de testemunhas. Abraços e obrigada."

1) Uma leitora indaga qual a melhor pronúncia para o verbo arrolar no sentido de arrulhar na terceira pessoa do plural do presente do indicativo: eles arrolam (ó) ou eles arrolam (ô)?

2) Observado o fato de que arrulhar não traz problema algum, já que é integralmente regular, uma primeira distinção a ser feita, em sequência, é que, normalmente, o verbo arrolar significa fazer um rol, fazer uma relação, enquanto arrulhar quer dizer produzir arrulhos, que é o som de alguns pássaros, como as pombas e as rolas.

3) Ocorre, todavia, que arrolar também pode significar arrulhar. Ou seja: arrolar tanto significa fazer um rol, fazer uma relação, como também produzir arrulhos, como as pombas e as rolas.

4) O que se dá, porém, é que, independentemente do sentido que tenha, o verbo arrolar, seguindo os demais da língua portuguesa terminados em –olar, tem sempre o som aberto nas formas rizotônicas (ó). Exs.: I) "Os advogados arrolam (ó) as testemunhas"; II) "Os pássaros arrolam (ó) no beiral da casa".

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Colunista

José Maria da Costa é graduado em Direito, Letras e Pedagogia. Primeiro colocado no concurso de ingresso da Magistratura paulista. Advogado. Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP. Ex-Professor de Língua Latina, de Português do Curso Anglo-Latino de São Paulo, de Linguagem Forense na Escola Paulista de Magistratura, de Direito Civil na Universidade de Ribeirão Preto e na ESA da OAB/SP. Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas. Sócio-fundador do escritório Abrahão Issa Neto e José Maria da Costa Sociedade de Advogados.