Nova contração do PIB
A Instituição Fiscal Independente do Senado analisou os indicadores frequentes do primeiro semestre e concluiu que eles apontam para uma nova queda do PIB no segundo trimestre.
Se a expectativa se confirmar, o país entraria em recessão técnica.
"A produção industrial segue constrangida pelas incertezas e pela fraca demanda externa, enquanto indicadores de confiança indicam pessimismo de consumidores e empresários, especialmente com as condições futuras da economia", avalia a IFI no Relatório de Acompanhamento Fiscal de julho.
A análise está em linha com as estimativas do mercado, que há 20 semanas reduz a previsão de crescimento para este ano e, agora, aposta em um PIB de 0,81% para 2019.
Segundo a IFI, indústria, varejo e serviços exibem comportamento distinto. Nos 12 meses encerrados em maio, a produção física da indústria registra variação nula, enquanto no acumulado de 2019, o indicador registra queda de 0,7%.
As vendas do comércio varejista, por sua vez, cresceram 1,3% em 12 meses até maio, ao passo que, no acumulado do ano, a alta é mais modesta, de 0,7%. Já o segmento de serviços tem um desempenho um pouco melhor, com variação de 1,1% nos últimos 12 meses e 1,5% no ano.
Os técnicos chamam a atenção também para queda da confiança, outro fator que indica a retração no primeiro trimestre.
Em maio
BC calcula melhora
Apesar do diagnóstico da IFI, o Banco Central calculou que em maio houve uma leve melhora do desempenho da economia, apesar de haver um peso estatístico no resultado.
Após recuar 0,32% em abril, a economia brasileira teve alta de 0,54% em maio (com ajuste sazonal), segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), medido pelo BC e considerado uma espécie de prévia para PIB.
Essa foi a primeira elevação registrada no governo de Jair Bolsonaro.
Na comparação entre os meses de maio de 2019 e maio de 2018, houve alta de 4,4% na série sem ajustes sazonais.
Essa comparação, porém, fica contaminada porque em maio do ano passado houve uma longa greve dos caminhoneiros, resultando em queda no IBC-Br.
Nos primeiros cinco meses do ano, o índice acumulou alta de 0,94% (sem ajustes sazonais). Em 12 meses, o IBC-Br apresenta alta de 1,31%.
2º trimestre
China desacelera
Enquanto isso, na China, o crescimento econômico desacelerou a 6,2% no segundo trimestre.
É o ritmo mais fraco em pelo menos 27 anos, impactado tanto pela demanda interna menor quanto pelo efeito externo, sob efeito da pressão comercial dos Estados Unidos.
Apesar de representar uma desaceleração frente ao 1º trimestre (6,4%), o resultado ainda está dentro da margem estabelecida por Pequim para 2019: entre 6 e 6,5% (contra 6,6% em 2018).
Balanço
Inadimplência reduz ritmo
Após atingir crescimento recorde durante a recessão, a inadimplência deu sinais de desaceleração no primeiro semestre, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito.
O volume de atrasos nos primeiros seis meses do ano cresceu 0,9% na comparação com o final do ano passado.
É a segunda menor variação nos atrasos desde 2012, quando a inadimplência havia crescido 5,8% no primeiro semestre daquele ano.
Ex-tarifário
Indústria da informática reage
Uma portaria editada pelo governo no final de junho virou alvo de fortes críticas por prever a redução da alíquota do Imposto de Importação sobre bens de capital e bens de informática e telecomunicações.
Empresários do setor querem a revisão da medida.
A norma regulamentou a aplicação do chamado "Regime de Ex-Tarifário" - usado para promover a atração de investimentos desse setor no país, reduzindo a carga tributária de componentes quando não houver produção nacional equivalente nesses setores.
Outro dispositivo causa polêmica. A portaria determina que se o produto feito no Brasil for pelo menos 5% mais caro que o importado não será considerado como "similar nacional".
Isso abriria, na avaliação de empresários, uma competição desleal porque as empresas nacionais sofrem com a burocracia, a falta de segurança jurídica e o elevado custo Brasil.
Em audiência pública no Senado, os empresários citaram o exemplo da Argentina, que adotou medida similar em 2017.
Segundo eles, o governo argentino reduziu de 12% para 0% o Imposto de Importação sobre bens de informática e, de imediato, cerca de 5 mil postos de trabalho foram cortados.
Dois anos depois de ter desonerado os produtos importados, a Argentina retomou a alíquota de 12% e a indústria local foi destruída.
ONU
Relatório mostra pobreza no Brasil
Em 2015, 3,8% da população brasileira, o equivalente a quase 7,8 milhões de pessoas, vivia em situação de pobreza multidimensional - isto é, sofria privações no acesso a saúde, educação, água e saneamento, eletricidade e padrões de habitação adequados.
A estimativa é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em seu mais recente relatório sobre as múltiplas faces da miséria.
O Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) Global 2019 avalia as formas como indivíduos têm condições de vida básicas negadas por causa da miséria.
O levantamento analisa o cenário de 101 países, cobrindo 76% da população global.
Quanto mais próximo do zero está o IPM, menor é a pobreza multidimensional de uma nação. A taxa expressa o nível de privação vivido por uma sociedade. O índice brasileiro foi estimado em 0,016 - o mesmo da China.
À frente do Brasil, na América Latina, estão Trinidad e Tobago (0,002), Santa Lucia (0,007), Guiana (0,014) e República Dominicana (0,015).
Brumadinho 1
Vale fecha acordo com vítimas
A Vale assinou acordo com o Ministério Público do Trabalho para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho.
A mineradora vai pagar R$ 700 mil individualmente a cônjuges ou companheiros, filhos, mãe e pai de funcionários da empresa que morreram na tragédia.
Dos R$ 700 mil, R$ 500 mil serão para reparar o dano moral e R$ 200 mil a título de seguro adicional por acidente de trabalho. Irmãos de trabalhadores da Vale receberão, individualmente, R$ 150 mil por dano moral.
O acordo foi homologado pela 5ª Vara do Trabalho, em Betim.
Brumadinho 2
Dano material
Em relação ao dano material, as famílias dos trabalhadores mortos na tragédia receberão pensão mensal até a data em que a vítima completaria 75 anos de idade.
O valor será definido com base na remuneração que os funcionários mortos recebiam.
O acordo fixa ainda indenização mínima de R$ 800 mil, mesmo que a renda mensal acumulada do trabalhador falecido não alcance a quantia.
A Vale pagará ainda indenização por danos morais coletivos de R$ 400 milhões em 6 de agosto de 2019.
Também prevê que a Vale garanta a estabilidade no emprego por três anos, contados a partir de 25 de janeiro deste ano, a todos os trabalhadores próprios e terceirizados que estavam trabalhando na Mina Córrego do Feijão no dia do rompimento da barragem.
Lava Jato
Repercussão e desdobramentos
Preocupada com a repercussão das reportagens que revelam os bastidores da atuação de procuradores da Lava Jato, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, convocou reunião para hoje com os integrantes da Força-Tarefa das investigações.
O objetivo é que eles prestem explicações e definir um posicionamento da PGR em relação ao caso.
Já o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, pediu explicações ao Coaf sobre uma possível investigação contra o jornalista Glenn Grenwald, editor do site The Intercept, responsável pelas reportagens sobre a operação.
AGENDA
Conselho - O presidente Jair Bolsonaro comanda hoje, a partir das 8h15, a reunião do Conselho de Governo com todos os ministros.
BNDES - Às 11h30, o presidente dá posse ao novo presidente do BNDES, Gustavo Henrique Moreira Montezano.
Economia - O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reúne hoje, às 14h, com o presidente Jair Bolsonaro.
Ranking - O Banco Central divulga o ranking de reclamações das instituições financeiras no 2º trimestre.
EDUCAÇÃO
Pesquisa - O Deutsches Museum disponibiliza bolsa de 30 mil euros para doutorado e pós-doutorado.
SABER
Cultura - Conheça a história da obra de arte mais roubada do mundo.
SUSTENTÁVEL
Preservação - A WWF disponibilizou uma tecnologia inédita para reforçar os trabalhos de conservação nas áreas protegidas da Amazônia.
TECH
Privacidade - Google admite que especialistas em linguagem escutam as gravações do seu assistente de voz.
BEM-ESTAR
Saúde - Estudo vincula consumo de refrigerantes a risco maior de câncer.