O retrato da crise na indústria
A crise econômica entre 2014 e 2017, auge da recessão, ceifou mais de 15 mil indústrias no país. Nesse período, a receita líquida com vendas caiu 7,7% e foram fechados 1,1 milhão de postos formais de trabalho. O emprego foi mais afetado nas indústrias Extrativas (-15,6%) e de Transformação (-12,5%).
Os dados são da Pesquisa Industrial Anual, realizada pelo IBGE, e ressaltam como será difícil uma recuperação do parque fabril sem incentivos estatais ou uma política industrial que dinamize a economia para reabilitar o consumo.
A análise do IBGE não inclui dados do ano passado, mas como em 2018 o PIB ficou em 1,1% os técnicos não acreditam que o cenário tenha sido alterado. Ainda mais considerando que no primeiro trimestre deste ano houve recuo de 0,2% na economia.
Apesar dos esforços da equipe econômica em aprovar a reforma da Previdência e o discurso de que as novas regras para a aposentadoria devem atrair os investimentos, é provável que o governo tenha que lançar nos próximos meses algum tipo de incentivo estatal.
Limite
Consumo travado
O consumo das famílias, uma das poucas variáveis positivas no PIB do primeiro trimestre deste ano, pode ter atingido o limite do seu crescimento.
Um indicativo disso são os dados de abril sobre a inadimplência dos consumidores, divulgados pela Serasa.
O número de inadimplentes bateu novo recorde em abril, chegando a 63,2 milhões de pessoas. Com isso, 40,4% da população adulta do país está com dívidas atrasadas e negativadas.
Na comparação com o abril de 2018, são dois milhões a mais de inadimplentes, uma alta de 3,2%. Já na passagem de março para abril, a alta foi de 0,4%.
Segundo o levantamento, o aumento da inadimplência foi puxado pelas dívidas de contas básicas como água, energia elétrica e gás. A telefonia aparece em segundo lugar.
Dieese
Cesta básica mais barata
Após apresentar aumento nos primeiros meses do ano, em maio, o custo da cesta básica caiu em 13 capitais.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que acompanha os preços em 17 cidades, as quedas mais importantes foram anotadas em Campo Grande (-13,9%), Belo Horizonte (-7,0%), Goiânia (-4,4%) e Rio de Janeiro (-4,3%).
A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 507,07), seguida por Porto Alegre (R$ 496,13) e Rio de Janeiro (R$ 492,93). Em 12 meses, entre maio de 2018 e o mesmo mês de 2019, todas as cidades acumularam alta.
Previdência
Governadores negociam
A negociação entre governadores e deputados para inclusão dos servidores estaduais e municipais na reforma da Previdência ficou mais tensa nos últimos dias.
Os governadores divulgaram uma carta tentando responsabilizar os deputados pela manutenção do grave quadro fiscal nos estados e o movimento repercutiu mal na Câmara, onde o presidente da comissão especial, Marcelo Ramos, disse que mandatários regionais deveriam vestir as "sandálias da humildade".
O texto foi reescrito e será apresentado ao Congresso na próxima semana. Com as alterações que diminuem o tom contra os parlamentares, a carta conta com o apoio de 25 governadores. Apenas Bahia e Maranhão ainda não tinham se alinhado ao movimento.
Ainda não está claro se o relator da proposta, Samuel Moreira, incluirá os estados na reforma. Ele está fazendo cálculos para entender se haveria apoio ao seu parecer com essa medida.
Meio ambiente
Clima hostil
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, provou um pouco do clima hostil do setor ambiental contra as mudanças que ele está tentando promover desde que assumiu o cargo.
Ao discursar na sessão solene no Senado para lembrar o Dia Mundial do Meio Ambiente e argumentar que os cortes orçamentários e o desmonte de áreas e autarquias que ele está promovendo começaram em gestões passadas, Salles foi vaiado pelo plenário.
A plateia tinha poucos senadores, mas muitos representantes do setor críticos à gestão de Salles.
STF
Impulso paras as privatizações
A decisão do Supremo Tribunal Federal que permitiu a venda de subsidiárias de estatais sem exigir a anuência do Congresso ou a instalação de processo licitatório é um impulso para a aposta do governo nas privatizações.
A equipe econômica espera fazer caixa a criar competitividade em alguns setores abrindo mão de ativos. O plano de desinvestimento da Petrobras é o ícone dessa aposta.
Com a decisão da Corte, fica liberada a negociação de 90% do controle da Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária da petroleira, para o grupo francês Engie por US$ 8,6 bilhões.
Para se ter ideia do que está no horizonte e pode ser privatizado de forma simplificada, a Petrobras tem 36 subsidiárias, a Eletrobrás tem 30 e o Banco do Brasil tem 16.
Confira um resumo dos votos dos ministros do STF.
Venezuela
Grupo de Lima cobra prioridade
O Grupo de Lima, que reúne os países sul-americanos que acompanham a situação na Venezuela, cobrou a prioridade para negociar uma saída para a crise política e humanitária no país vizinho.
Essa foi a primeira reunião do grupo depois da tentativa frustrada do governo norueguês de fechar um acordo entre o presidente Nicolás Maduro e o líder da oposição, Juan Guaidó.
Na nota divulgada pelos embaixadores, não há citação dos esforços da diplomacia da Noruega e há uma cobrança velada pelo protagonismo regional.
AGENDA
Solenidade - O presidente Jair Bolsonaro participa hoje, às 10h10, no Rio de Janeiro, da cerimônia de Formatura do Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento.
Encontro - O ministro da Economia, Paulo Guedes, almoça hoje, às 13h, com os conselheiros do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, no Country Clube, no Rio de Janeiro.
Inflação - O IBGE divulga hoje dois dos principais índices para medir a inflação, o IPCA e o INPC de maio.
Construção - O IBGE também divulga o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.
Preços - A FGV/IBRE libera hoje o IGP-DI, que também mede os preços da economia em maio.
EDUCAÇÃO
Leitores - Dicas para incentivar a leitura em crianças.
SABER
Conhecimento - Saiba detalhes dos museus de literatura russa.
SUSTENTÁVEL
Investimentos - A Agência Internacional de Energia revelou que, em 2018, houve um aumento no dinheiro destinado a novos projetos de petróleo e gás, enquanto o investimento em energia renovável caiu 2%.
TECH
Acesso - O que é a geração alfa, a primeira a ser 100% digital.
BEM-ESTAR
Novidade - A Anvisa autorizou a insulina inalável no Brasil.