A reforma (possível) do Estado
De tempos em tempos, o Brasil é submetido a choques políticos e/ou econômicos que colocam em perspectiva o peso e o papel do Estado na vida das pessoas.
Ao longo das últimas quatro décadas, isso aconteceu com certa frequência e se repete agora na passagem de Michel Temer para Jair Bolsonaro.
A proposta de implantar uma grande reforma administrativa – visando não só fundir ministérios, mas aliviar e dar fluidez à máquina – avançou um pouco mais esta semana.
Apesar da agitação que o tema provocou, registros históricos têm servido de inspiração e motivação para quem está à frente do plano.
Uma das iniciativas mais complexas remonta à época em que Hélio Beltrão assumiu o cargo de ministro extraordinário para a Desburocratização (1979), instituindo um grande programa nacional.
Versão atualizada
Novos tempos
O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (Gespública), criado em 2005, atualizou conceitos de melhoria da qualidade na prestação dos serviços públicos aos cidadãos.
Está de pé até hoje e é resultado da fusão do Programa Qualidade no Serviço Público e do Programa Nacional de Desburocratização.
Transição
Olhar de longo prazo
O Ministério do Planejamento compartilhou com a equipe de transição de governo um estudo sobre a estratégia nacional de desenvolvimento para o período de 2020 a 2031.
São balanços, projeções e dados organizados que podem subsidiar a formulação dos próximos planos plurianuais.
Economia
Números do 'Brasil real'
Os grupos da transição ligados à área econômica não estão lidando apenas com informações públicas reunidas pela gestão Michel Temer.
Durante a campanha, Jair Bolsonaro e sua equipe receberam muitos insumos de praticamente todas as entidades e organizações que representam o PIB nacional.
Os materiais repassados pelo setor privado vão ajudar a compor o diagnóstico geral que está sendo montado.
Oposições
Foco no que importa
Depois de um primeiro movimento de aproximação que excluiu o PT das conversas iniciais e abrandou feridas antigas, as chamadas forças de esquerda ensaiam novos gestos.
Consolidar e unificar os discursos não são prioridade agora.
A estratégia de curto prazo é, simplesmente, ocupar espaços, testando os limites da mídia e da opinião pública com mensagens anti-Bolsonaro que possam 'colar' desde já.
Pós-eleição
Congresso ainda de ressaca
Câmara e Senado limparam parte da pauta represada por causa das eleições.
O ritmo dos últimos dias, no entanto, ficou aquém do que as lideranças imaginavam. E longe do que os presidentes das duas Casas combinaram.
Com o feriado da Proclamação da República na próxima quinta-feira, 15, coisas importantes podem trombar ou ficar para depois.
Uma sessão do Congresso Nacional foi convocada para terça-feira, 13. Serão analisados vetos presidenciais, os respectivos destaques e pelo menos cinco projetos de lei ligados ao Orçamento de 2018.
AGENDA
Imposto de renda - A Receita Federal abre hoje as consultas ao 6º lote.
Indústria - O IBGE divulga hoje a Pesquisa Industrial Mensal de setembro.
Sociedade - Também hoje o IBGE divulga o estudo Sistema de Contas Nacionais (2016), que reúne informações sobre a geração, a distribuição e o uso da renda no país.
SABER
Teatro - Até 16 de dezembro, é possível conferir, no teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro, a adaptação para os palcos da obra prima do cineasta dinamarquês Lars Von Trier, Dogville.
SUSTENTÁVEL
Inovação - Um novo sistema de filtração com barreira líquida (em inglês) é capaz de reduzir o custo e o consumo de eletricidade de processos industriais de alto impacto, como a perfuração de petróleo e gás.
TECH
Novas aplicações - Identificado um material que pode produzir magnetismo e supercondutividade ao mesmo tempo: o itérbio (em inglês).
BEM-ESTAR
Saúde - Cantar ajuda a reduzir o estresse e melhora a função motora de pessoas com a Doença de Parkinson (em inglês).
JORNAIS
Frente - A união de políticos de várias tendências pode resultar na criação de uma nova legenda, possivelmente de oposição ao governo Bolsonaro. Membros do PSDB, MDB, PSB e Solidariedade articulam. (manchete do Valor Econômico)
PSDB - O governador eleito de São Paulo, João Doria, recebeu indicação de que o atual presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, poderá deixar a Executiva, em maio. Com isso, a sigla pode aderir à base de apoio de Jair Bolsonaro. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Marina - Marina Silva (Rede) analisa em entrevista exclusiva as eleições e o que espera do novo governo e do presidente eleito: "Preferi pagar o preço alto da derrota a me omitir". (Folha de S.Paulo)
Ministério - O pesquisador Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa Territorial, é o nome mais cotado para ser o ministro do Meio Ambiente. (Valor Econômico e O Estado de S. Paulo)
Rio - A força-tarefa da Lava Jato, no Rio, revelou ontem um esquema de cobrança de propina na Assembleia Legislativa – "mensalinho da Alerj" – e prendeu dez deputados estaduais e um Federal eleito este ano. (manchete de O Globo)
Previdência - A reforma da Previdência, sem alteração na Constituição, articulada por Michel Temer e Jair Bolsonaro afeta mais os trabalhadores da iniciativa privada que os servidores públicos. (manchete da Folha de S.Paulo)
Judiciário - Dados da Consultoria de Orçamentos do Senado mostram que nem mesmo o corte total do auxílio-moradia de juízes Federais compensaria o impacto do reajuste de 16,38% no salário dos ministros do STF. (Folha de S.Paulo, O Globo e Valor Econômico)
Mercado - A Bolsa fechou ontem no terceiro pregão consecutivo de baixa, zerando os ganhos acumulados desde a eleição de Jair Bolsonaro. (Folha de S.Paulo e Valor Econômico)
Rota 2030 - O Senado aprovou, em votação simbólica, a medida provisória do Rota 2030, nova política de incentivo à indústria automotiva que define as diretrizes para produção de veículos para os próximos 15 anos e os benefícios tributários. (todos os veículos)