Futuro governo toma forma
A montagem da estrutura que vai integrar o time Bolsonaro mergulhou em um ciclo de overdose de novidades.
Embora muitas coisas estivessem no radar, os primeiros anúncios provocaram ondas que, em sequência, produziram dúvidas, críticas e certa carga de ruídos – todos mais ou menos previsíveis.
Com o Congresso ainda meio anestesiado pelas eleições, as correntes de transmissão não estão conectadas direito.
Assim que estiverem, a passagem do bastão poderá espelhar melhor a tensão e a expectativa represadas no mundo político.
Crises tendem a surgir a partir daí. Afinal, enxugar ministérios e superconcentrar poderes em menos mãos contrastam com os padrões que, historicamente, marcaram inícios de governo.
Nas últimas sucessões, chegar ao Planalto implicava em fatiar a Esplanada por meio de acordos ratificados horas depois da apuração final dos votos.
Esse ritual – pelo menos por enquanto – não foi iniciado.
Tempo e poder
Outras reações
Mudar o organograma do Executivo Federal não mexe só com a máquina.
As dinâmicas da iniciativa privada e de segmentos organizados da sociedade que interagem com o Estado são impactadas.
Algum tumulto em Brasília já é esperado para janeiro.
Partidos
Corrida
Eleitos pelo PSL deram início – nos bastidores – às conversas para liderar as bancadas em 2019.
Bolsonaro tem sido informado sobre como andam esses primeiros movimentos.
Previdência
Refazendo as contas
As consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado elaboraram um estudo conjunto com foco no debate sobre a reforma da Previdência.
Consta que a Lei Orçamentária de 2019 prevê déficit consolidado de R$ 62,7 bilhões para os regimes de previdência dos servidores e dos militares, o que equivale a 0,84% do PIB.
Essas despesas, no entanto, apresentam tendência de queda, seja pelo impacto do Funpresp ou pelo óbito de pensionistas militares.
A grande preocupação continua sendo o regime geral.
As despesas alcançarão R$ 637,9 bilhões, 7,6% a mais do que o projetado para 2018. O rombo chegará a R$ 218 bilhões no próximo ano.
Se as regras forem mantidas, em 2060 as despesas com o regime geral poderão corresponder a 11,4% do PIB.
Greve
Brasil real
O anúncio de redução do preço do diesel desarticulou o foco de paralisação dos caminhoneiros, que começava a ganhar força em Goiás.
O combustível ficou mais barato 10,1%, ontem, na refinaria.
Copom
Os juros pós-eleições
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia hoje a taxa básica de juros.
A expectativa do mercado, do atual governo e da futura equipe econômica é de que a Selic seja mantida em 6,5% ao ano.
O combustível ficou mais barato 10,1%, ontem, na refinaria.
AGENDA
Registro civil - O IBGE apresenta hoje estatísticas de registro civil do ano de 2017.
Temer + Maia - O presidente Michel Temer se reúne com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Congresso 1 - Comissão de Direitos Humanos da Câmara realiza audiência pública em homenagem aos 30 anos da Pastoral da Terra.
Congresso 2 - Comissão Especial da Câmara vota hoje projeto que trata da Escola sem Partido.
SABER
Elvis - O aniversário de 50 anos do especial "retorno" de Elvis Presley, transmitido pela NBC, em 1968, será comemorado com o lançamento de todos os conteúdos no dia 30 de novembro.
SUSTENTÁVEL
Energia - Economistas da Universidade de Adelaide (EUA) modelaram a transição de um mundo movido a combustíveis fósseis para outro em que fontes sustentáveis suprem as necessidades de energia (em inglês).
TECH
Segurança - Serviço on-line traz catálogo com imagens de mais de 12,6 mil exemplos de fraudes cometidas no meio digital com objetivo de conscientizar a comunidade sobre os principais golpes em circulação na internet.
BEM-ESTAR
Trabalho - Relatório de direitos humanos sobre produtos tóxicos (em inglês) conclui que um trabalhador morre a cada 30 segundos devido à exposição a substâncias tóxicas.
JORNAIS
Superministério - O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), decidiu criar o superministério da Economia, com Paulo Guedes à frente. Serão fundidos Fazenda, Planejamento e Indústria, Comércio Exterior e Serviços. (todos os veículos)
Repercussão - O setor industrial reagiu com preocupação à notícia de extinção do Ministério da Indústria. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo)
Outra fusão - Os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente serão unificados no novo governo. (todos os veículos)
Bolsonaro - No primeiro ato público após ser eleito, Jair Bolsonaro foi a um culto evangélico do pastor Silas Malafaia. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo)
Ciro - Ciro Gomes afirma em entrevista exclusiva que foi "miseravelmente traído" pelo ex-presidente Lula e seus "asseclas". (Folha de S.Paulo)
Moro - O juiz Sérgio Moro admitiu que poderá aceitar o convite para assumir o Ministério da Justiça, caso seja feito. Ele também é cotado para uma vaga no STF. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Imprensa - A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criticaram declarações de Jair Bolsonaro com ataques à Folha de S.Paulo. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo)
Desemprego - Conforme o IBGE, o mercado de trabalho melhorou no terceiro trimestre, mas a geração de vagas permanece concentrada na informalidade. A taxa de desemprego recuou de 12,4% no segundo trimestre para 11,9% no terceiro. (todos os veículos)
Reservas 1 - A ideia do governo Bolsonaro de vender parte das reservas internacionais para reduzir a dívida pública, provocou discussões no mercado. (todos os veículos)
Reservas 2 - Paulo Guedes explicou que a venda de reservas será feita apenas em um cenário de crise especulativa sobre o câmbio no país. (todos os veículos)
Mercado - As discussões sobre as reformas ministerial e da Previdência impactaram os mercados: a Bolsa subiu 3% e o dólar caiu, cotado a R$ 3,69. (todos os veículos)