A temporada de pesquisas pós-primeiro turno será aberta hoje, às 19h, pelo Datafolha.
Os números que serão divulgados vão atualizar a conjuntura revelada no domingo, mas também abrirão novas frentes de análise.
Os profissionais e os amadores da política estão ansiosos. E parte desse clima de expectativa contagia/tumultua a opinião pública.
Como sempre acontece em eleições, atacar quem projeta cenários é quase um esporte nacional.
Os observadores mais afoitos tomam o retrovisor como referência e são implacáveis na arte de inflamar as correntes.
Neste momento, a tese da volatilidade do voto é um dos alvos principais. A fidelidade do eleitor em 2018 é outra.
A onda bolsonarista, o efeito Lula-Haddad, a desidratação de Marina, o fator Ciro, as chegadas de Daciolo e Amoêdo e o desempenho dos tucanos sempre estiveram em perspectiva.
As traduções desses movimentos feitas pelos grupos de interesse ao longo da campanha é que se distanciaram da realidade.
Daí a surpresa daqueles que agora revelam frustrações pelo o que não viram.
2º turno
Propaganda
Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT) e 28 candidatos a governador em 13 Estados e no Distrito Federal voltarão a pedir voto no rádio e na televisão na sexta-feira, 12.
O horário eleitoral gratuito vai de segunda-feira a sábado e terminará em 26 de outubro.
Os candidatos terão 10 minutos de propaganda.
Apoios
Corre-corre
As primeiras definições (ou não!) sobre quem apoiar em segundo turno para presidente e governador engessaram parte dos eleitos.
Muita gente pretendia já nesta semana anunciar equipes e rascunhar planos de ação para janeiro.
Esse desejo acabou prejudicado, em grande medida, pela atuação dos próprios partidos.
Ajustes
Imagem e discurso
Quase todos os candidatos que passaram ao segundo turno e devem participar de debates na TV, no rádio e em entidades setoriais encomendaram revisões nos planos de exposição.
Em razão do que as urnas revelaram no domingo, alguns assuntos vão sumir da agenda.
Tecnologia
Super banco de dados
Um convênio assinado pelo TSE e órgãos de investigação e execução criminal permitirá que o banco de dados biométrico da Justiça Eleitoral seja utilizado na identificação de criminosos.
A integração dos dados custará R$ 90 milhões e só será plenamente viável em três anos.
Educação
Questão de perfil
Resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes indicam que os alunos que cursam aulas presenciais agregam vantagens socioeconômicas e também de aproveitamento intelectual.
Segundo os dados do Enade, os alunos que recorrem a aulas à distância trabalham 40 horas por semana, contribuem para o sustento da família e tiram notas menores, comparadas com o desempenho dos estudantes dos cursos presenciais.
Agenda
Direitos trabalhistas - Está na pauta de hoje do STF matéria de repercussão geral sobre rompimento do vínculo trabalhista durante a gravidez ainda não declarada e início da estabilidade
Embrapa - Sebastião Barbosa toma posse como presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Câmara - Votações pendentes e acordadas antes das eleições seguem para o plenário ainda pela manhã. Há projetos de lei e medidas provisórias na pauta.
Senado - Plenário volta a se reunir hoje para votações, mas medida provisória 842/2018 tranca a pauta.
Bolsonaro - O candidato do PSL será submetido hoje a uma avaliação da junta médica que cuidou dele no Hospital Albert Einstein.
Haddad - O petista passa o dia em São Paulo e concede entrevistas a rádios e a jornalistas estrangeiros.
Nos jornais
Votação - O cruzamento dos resultados da eleição com os dados do Mapa da Violência mostra números que contrariam o senso comum de que Jair Bolsonaro (PSL) foi beneficiado pelo voto contra a criminalidade nos municípios mais violentos. (manchete do Valor Econômico)
Apoio - Alguns partidos já definiram quem vão apoiar no segundo turno da corrida presidencial. Entretanto, a maioria liberou filiados para decidir apoio entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. PSDB, PP, PR, Novo e o DEM ficam neutros. (todos os veículos)
Frente - O ex-ministro e senador eleito pelo PT da Bahia, Jaques Wagner, desembarcou em São Paulo para ajudar a campanha de Fernando Haddad (PT) a costurar uma "frente democrática" contra Bolsonaro. Ele tentará unir Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). (manchete de O Globo)
PSDB - A fragmentação do PSDB ficou ainda mais evidente na reunião da direção nacional da sigla, ontem, em Brasília, depois do presidente do partido, Geraldo Alckmin, insinuar que João Doria é traidor. (manchete da Folha de S.Paulo)
Generais - Um grupo de fiéis aliados egressos das Forças Armadas, liderados por três generais do Exército, vem ampliando espaço de influência na campanha de Jair Bolsonaro (PSL). Generais atuam com quase 30 equipes temáticas que trabalham, em Brasília, na formulação do plano de governo. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Ministérios - Jair Bolsonaro já tem um esboço de pelo menos 9 dos 15 nomes para ocupar a Esplanada dos Ministérios. Além do economista Paulo Guedes, o desenho inclui dois generais da reserva do Exército e um astronauta. (todos os veículos)
Guedes - O MPF em Brasília investiga o economista Paulo Guedes sob suspeita de se associar a executivos ligados ao PT e ao MDB para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais. (Folha de S.Paulo)
Rio - O ex-juiz Wilson Witzel (PSC), candidato ao governo do Rio de Janeiro, ameaçou ontem prender em flagrante o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), seu principal rival na disputa, caso seja alvo do que chama de 'injúria' durante algum debate. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo)
Reforma - Bolsonaro disse ontem que pretende fazer a própria reforma da Previdência e que não usará a proposta apresentada pela gestão de Michel Temer, já em tramitação na Câmara. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)
Mercado - A confirmação da liderança de Jair Bolsonaro na preferência dos eleitores fez a Bolsa operar em forte alta ontem, acima dos 85 mil pontos, e mostrou euforia do mercado. O dólar caiu e fechou em R$ 3,75. (todos os veículos)
FMI - O Fundo Monetário Internacional piorou as previsões para as contas públicas brasileiras nos próximos cinco anos, passando a estimar que a dívida bruta encostará em 100% do PIB no fim desse período. Para 2023, o FMI prevê que o endividamento bruto ficará em 98,3% do PIB. (todos os veículos)