Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) não precisam rodar muito o país para encontrar potenciais eleitores.
Quatro Estados concentraram - conforme balanço de primeiro turno - mais de 17 milhões dos votos nulos, brancos e das abstenções registrados no domingo passado.
São Paulo é símbolo do 'não-voto'. Oportunidade de os presidenciáveis engajarem cerca de 9,6 milhões de pessoas.
No Pará, 1,2 milhão de votos foram desperdiçados e também estão, teoricamente, à mão do petista e do candidato do PSL.
Em Minas Gerais, onde tradições foram quebradas e novas estratégias estão em curso, cerca de 4,7 milhões de abstenções, votos nulos e brancos foram registrados.
O Rio Grande do Sul fecha a lista, com 1,9 milhão de eleitores à espera de convencimento.
A abstenção nacional alcançou 29,9 milhões do eleitorado. O total de votos nulos chegou a 7,2 milhões, e os votos brancos bateram os 3,1 milhões.
Pós-eleições
PSDB se reúne
A Executiva Nacional do PSDB marcou para hoje, em Brasília, uma reunião de ajustes e definições.
Vão entrar em pauta os rumos do partido neste segundo turno, a atuação nos Estados onde haverá participação tucana e a posição a ser assumida no caso da disputa ao Planalto.
2º turno
Bolsonaro e Haddad no JN
Os presidenciáveis estiveram ontem no Jornal Nacional, da TV Globo.
Pontuaram questões sensíveis instaladas na opinião pública, em especial, depois da totalização dos votos no domingo à noite.
O assunto principal foi democracia (veja ou reveja).
Municipalismo
Elos com o interior
Os prefeitos tiveram papel importante na composição de votos de Bolsonaro (PLS).
Acordos e promessas firmados desde 2016 - em diversos cantos do país - resultaram em alianças suprapartidárias.
Oficiais ou não.
Bloco
O novo 'centrão'
Com a reconfiguração política do Congresso, os partidos que atuaram nessas eleições pensando, prioritariamente, no resultado largaram na frente: já discutem o que fazer para influenciar o futuro governo e a agenda de votações em 2019.
Câmara
Efeitos da onda
Deputados da Comissão de Segurança Pública e Defesa da Câmara voltam ao trabalho a partir de hoje.
Propostas polêmicas que adormeciam nas gavetas vão emergir.
Entre os top 10 estão 1) a adoção de medidas repressivas contra usuários de drogas, 2) reclamação contra prisão de caçadores e atiradores e 3) alteração legislativa que promove responsabilidade dos estabelecimentos em relação à vigilância de veículos, para evitar atuação de flanelinhas.
Emendas
O relatório da LOA
Parte do Congresso tem pressa para elaborar a primeira versão do relatório da Lei Orçamentária de 2019.
A ressaca eleitoral ainda está muito presente nos partidos e isso deverá contaminar o dia a dia no plenário e nas comissões temáticas.
Hoje, no entanto, estão marcadas as votações das emendas à LOA.
O plano original prevê o fechamento do calendário de emendas até o dia 20.
A lei restringe a atuação do Executivo na alteração da proposta orçamentária até a aprovação na Comissão Mista.
Infraestrutura
A ferrovia
Inaugurada por Dilma Rousseff em 2014, a ferrovia Norte-Sul (e seus contratos!) volta à tona.
O TCU chegou à conclusão de que a obra causou prejuízo de R$ 30 milhões aos cofres públicos.
Agenda
Indústria - O IBGE divulga hoje números da produção industrial de agosto.
Acolhimento - O presidente Michel Temer anuncia hoje a criação de vagas de acolhimento de dependentes químicos em comunidades terapêuticas.
Direitos Humanos - O CNJ formaliza hoje acordos sobre o sistema carcerário e direitos humanos.
Nos jornais
Reprovação - Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) ainda ficarão dependentes dos partidos do 'centrão' para governar. O PT segue com a maior bancada, 56 deputados. O PSL chega a 52 parlamentares. (manchete do Valor Econômico)
Constituição - Jair Bolsonaro e Fernando Haddad se comprometeram, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, a respeitar a Constituição de 1988 caso sejam eleitos. O programa de governo do PT prevê a convocação de uma Assembleia Constituinte, enquanto o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, criticou o texto da atual Constituição. (manchete de O Globo)
Haddad - Disposto a montar uma frente de "forças democráticas" no segundo turno, Fernando Haddad (PT) tenta demonstrar autonomia em relação ao ex-presidente Lula e afirmou que tem "total tranquilidade para ajustar parâmetros" do programa de governo. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico)
Bolsonaro - A equipe de Jair Bolsonaro (PSL) está reunindo apoio do setor privado para levar executivos ao governo, caso o capitão reformado vença o segundo turno. (manchete da Folha de S.Paulo)
Ciro - Ciro Gomes (PDT) deve anunciar "apoio crítico" amanhã ao PT. O partido não ocupará cargos, não participará da coordenação da campanha e fará oposição independentemente de quem seja eleito. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo)
Palanques - Jair Bolsonaro (PSL) deve ter o apoio da maioria dos candidatos a governador que disputam o segundo turno. Dos 28 que concorrem em 14 Estados, 12 já anunciaram que irão apoiar Bolsonaro na disputa contra Fernando Haddad. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo)
Governabilidade - Jair Bolsonaro (PSL) decidiu que, durante o horário eleitoral do segundo turno e nas conversas com os setores político e econômico, irá mostrar que reúne melhores condições de governabilidade. (todos os veículos)
Barreira - Das 30 legendas que elegeram representante para o Congresso, 14 não atingiram o índice mínimo de votos válidos, tampouco fizeram deputados Federais em número suficiente para vencer a cláusula de barreira. (Folha de S.Paulo, Valor Econômico e O Globo)
Câmara - A renovação da Câmara dos Deputados chegou a 52%, taxa que não ocorria há mais de 20 anos, e o número de mulheres aumentou 50% - serão 77 deputadas. (todos os veículos)
PSDB - Comandado por um aliado de João Doria, o PSDB paulistano expulsou o ex-governador paulista Alberto Goldman, o secretário estadual de Governo Saulo de Castro e mais 15 filiados da legenda por infidelidade partidária. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)
FMI - A previsão de crescimento da economia brasileira para este ano foi reduzida pelo Fundo Monetário Internacional para 1,4%. Ela estava prevista em 1,8%, em julho passado. Também houve diminuição na perspectiva de crescimento para 2019 - de 2,5%, em julho, para 2,4%. (todos os veículos)
Mercado - Após o resultado do primeiro turno, investidores levaram a Bolsa aos 86 mil pontos ontem com alta de 4,5%. O dólar fechou em R$ 3,76, a cotação mais baixa em dois meses. (manchete de O Estado de S. Paulo)