O debate encerrado na TV Globo foi marcado por ataques a alvos óbvios, críticas ao passado e ao presente, dobradinhas de conveniência, muitas farpas e, claro, momentos de descontração.
Apesar de ausente, Jair Bolsonaro (PSL) foi um dos personagens centrais (como era esperado!) no discurso de todos.
Os presidenciáveis não pouparam o líder nas pesquisas.
Fernando Haddad (PT) reafirmou mensagens pró-democracia e foi apoiado por Marina Silva (Rede), que disse que o capitão da reserva, simplesmente, "amarelou".
Guilherme Boulos (PSol), Álvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) ocuparam parte de seus tempos para fazer coro.
Ciro Gomes (PDT) foi quem mais se posicionou contra Bolsonaro - de forma isolada ou em dupla com os concorrentes.
Fez referências a polêmicas recentes, repetiu acusações, colocou em dúvida a recomendação médica que manteve Bolsonaro em casa e disparou contra propostas assumidas pelo adversário.
O debate oscilou, mas muito pouco. No geral, os quatro blocos mantiveram a mesma temperatura.
Pelas regras, os grandes temas nacionais foram abordados: segurança, saúde, educação, crescimento econômico, corrupção, transporte, meio ambiente e a paz social converteram-se em perguntas e respostas que miraram (de novo!) 1) Bolsonaro, 2) o voto útil e 3) o antipetismo.
Os apelos contra a polarização no domingo também foram unânimes. Mas não avançaram para além das frases de efeito.
Ao final, as previsões se confirmaram: no debate mais esperado desta eleição não houve vencedor.
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Live
Bolsonaro nas redes...
Por volta das 20h30 de quinta-feira (4), acompanhado de lideranças evangélicas e do filho Flávio, Bolsonaro iniciou uma transmissão ao vivo pelo Facebook.
À audiência, o candidato do PSL destacou que está ao lado de todos os brasileiros neste momento e reforçou: "Até mesmo dos petistas, pois uma decisão errada a essa altura custará caro para todos".
Bolsonaro mediou a conversa alternando com os demais a análise de assuntos sensíveis que marcam a campanha ao Planalto.
O candidato reafirmou que acredita em uma vitória no primeiro turno e condenou a "desunião do povo brasileiro", atacando o PT e seus adversários (veja ou reveja).
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Entrevista
...E na RecordTV
Na mesma hora em que teve início o debate na Globo, foi ao ar na RecordTV uma entrevista exclusiva gravada com Jair Bolsonaro (PSL).
Com direito a pausas para descanso e atendimento médico, o presidenciável respondeu a perguntas sobre sua saúde, o atentado que sofreu, suas propostas de governo e a crise brasileira (veja ou reveja - a partir do minuto 20).
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Datafolha 1
Breve síntese
O novo Datafolha divulgado no início da noite de quinta-feira (4) mostra que Bolsonaro saltou de 32% para 35% das intenções de voto, ampliando a distância dos demais presidenciáveis.
Haddad manteve a segunda posição, variando de 21% para 22%, enquanto Ciro Gomes tem 11%, Geraldo Alckmin, 8% e Marina Silva, 4%.
Nos votos válidos - descartados brancos e nulos -, Bolsonaro aparece com 39% e Haddad, com 25%.
Um provável segundo turno entre Bolsonaro e Haddad mostra empate técnico: o candidato do PSL tem 44% e o petista, 43%.
Se a disputa for entre Bolsonaro e Alckmin, a pesquisa indica outro empate, com vantagem numérica para o tucano: 43% a 42%.
Ciro Gomes aparece no Datafolha com 48%, contra 42% de Bolsonaro em um eventual segundo turno.
No recorte por rejeição, Bolsonaro e Haddad têm taxas semelhantes: 45% dos eleitores não votariam de jeito nenhum no candidato do PSL e 40% rechaçam Fernando Haddad.
O Datafolha ouviu 10.178 eleitores em 389 cidades.
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Datafolha 2
Efeito imediato
Os números da pesquisa cristalizaram no noticiário político a ideia de que a massa de votos carreada para Jair Bolsonaro (PSL) é mais do que sólida.
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Fluxos
Correntes de apoio
Dando continuidade a um movimento que começou relativamente discreto no início da semana, forças políticas e empresariais seguem migrando e/ou reafirmando apoio a Jair Bolsonaro (PSL).
A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) divulgou manifesto de adesão e o candidato do MDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, disse que votará em Bolsonaro em um eventual segundo turno.
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Previsão
O que esperar da sexta-feira
As primeiras repercussões do Datafolha, somadas ao resultado final do debate na Globo e às aparições na RecordTV e nas redes sociais, podem render a Jair Bolsonaro vantagem competitiva ainda maior às vésperas da eleição de domingo.
Na internet, os que acreditam em um desfecho já no primeiro turno projetam (sem rodeios!) a formação de uma onda bolsonarista no fim de semana.
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