Tradicionalmente, o debate na TV Globo encerra uma etapa importante das eleições ao Planalto.
Hoje à noite, porém, quem vai escrever a última página do roteiro e indicar o desfecho será Jair Bolsonaro (PSL).
Ausente por recomendação médica, o presidenciável fará uma live - transmissão ao vivo - em suas redes sociais no mesmo horário (22h) em que os adversários estarão no estúdio.
Materializa-se assim um imprevisto com o qual quase ninguém contava a esta altura da disputa.
Boa parte da expectativa criada em torno do debate na televisão fica esvaziada e migra de forma instantânea para os canais próprios bolsonaristas.
Não há pistas do que pode ser dito, mas é certo que o tempo será aproveitado no limite do que a estratégia de campanha definiu desde a saída do hospital.
Sem o confronto direto com o líder nas pesquisas, os demais tendem a vagar em círculos. E, como em outros momentos, Fernando Haddad (PT) deverá ser (de novo!) o alvo da vez.
O clima de vale-tudo antipetista instalado nas campanhas e nas ruas tem tudo para ser incorporado por Ciro Gomes (PDT). Há dias ele vem ensaiando se apropriar de uma fração desse fenômeno.
O aceno para capturar os votos de Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB), oferecendo-se como candidatura da conciliação, foi o primeiro passo. Os outros serão dados logo mais.
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Nas redes
TV Bolsonaro
Os vídeos caseiros, sem aporte de microfones e com cenários improvisados (como a já famosa mesa forrada com toalha de estampa de pimentas) fazem sucesso nas transmissões de Jair Bolsonaro (PSL).
Durante a semana, 500 mil pessoas interagem com seus vídeos. O alcance das publicações chega à casa de dezenas de milhões.
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Apoio
Ode à lealdade
ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador, estará com Geraldo Alckmin (PSDB) acompanhando de perto o debate de hoje na Globo.
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Voto
Ida às urnas
Analistas políticos projetam que esta eleição interromperá a curva ascendente de abstenção.
As apostas da semana são de que a polarização deverá levar mais gente às urnas.
Desde 2006, a ausência dos eleitores só cresce. Passou de 16,75% para 18,12% em 2010 e em 2014 chegou a 19,39%.
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PT
O poder das palavras
Jaques Wagner (PT) encabeça as pesquisas para o Senado na Bahia, mas entre um compromisso e outro esta semana encontrou tempo para palpitar sobre a corrida presidencial.
Os elogios a Ciro Gomes (PDT) fluíram sem constrangimento e/ou ressalvas.
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Economia 1
Velhas barreiras
Falas recentes do presidente americano Donald Trump recolocaram na agenda dos presidenciáveis que concorrem ao Planalto o tema comércio exterior.
As relações de troca entre Brasil e Estados Unidos sempre foram marcadas por pedidos frequentes de mais abertura e facilidades por ambos os lados.
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Economia 2
O PIB da transição
O staff mobilizado pelo governo que ficará responsável pela troca de informações assim que o presidente eleito for confirmado está atuando em diversas frentes.
O grupo destacado para reunir o dados macroeconômicos mais relevantes dedicou esta semana especial atenção ao PIB.
Com as recentes revisões (para baixo!) anunciadas por Banco Central e Ipea, crescer menos de 1% em 2018 passou a ser considerado algo realístico.
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Agenda
Homenagem - O STF realiza sessão solene para celebrar os 30 da Constituição Federal
Educação - O presidente Michel Temer apresenta hoje a avaliação de Impacto do Programa de Ensino Médio em Tempo Integral
Propaganda - Termina hoje a transmissão do horário eleitoral no rádio e na TV
Nos jornais
Ibope 1 - Pesquisa divulgada ontem mostra Jair Bolsonaro com 32%, Fernando Haddad (PT), com 23%, Ciro Gomes (PDT) com 10%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 7% e Marina Silva (Rede) com 4% (todos os veículos)
Ibope 2 - A tendência é de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad (PT). Se fosse hoje, haveria empate técnico (todos os veículos)
Fake news 1 - Na reta final da eleição, os conteúdos falsos se multiplicaram nas redes e no WhatsApp. Desde o fim de semana, 11 publicações falsas de grande repercussão - textos, fotos e vídeos - foram desmentidas pelo Fato ou Fake, o serviço de checagem do Grupo Globo (manchete de O Globo)
Fake news 2 - Os eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) são os que mais se informam pelas redes sociais. O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, acredita que a disseminação de boatos tem ajudado a turbinar a subida do pesselista nas pesquisas (O Globo)
Debate - Jair Bolsonaro (PSL) descartou participar hoje do debate da TV Globo, o último antes do primeiro turno (todos os veículos)
Constituinte - O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, criticou as propostas dos presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) de fazer uma nova Constituição (Folha de S.Paulo e O Globo)
IR - Os quatro candidatos à Presidência mais bem colocados nas pesquisas prometem rever a cobrança do Imposto de Renda. Dizem que os lucros e dividendos pagos a empresários e acionistas deverão voltar a pagar IR (manchete da Folha de S.Paulo)
Câmbio - O segundo dia de euforia levou o dólar a fechar abaixo dos R$ 3,90 pela primeira vez desde 14 de agosto. A moeda americana caiu 1,16%, a R$ 3,8890 (todos os veículos)
Horário de verão - A pedido do MEC, e por causa da realização do Enem, o horário de verão começará em 18 de novembro. A data de início estava prevista para 4 de novembro (todos os veículos)
Energia - A crise hídrica enfrentada pelo país deve levar ao acionamento de mais usinas termelétricas em janeiro, reservando ao próximo presidente um início de mandato em meio a aumentos significativos das tarifas de energia (manchete do Valor Econômico)