Nenhum presidenciável ou coordenador econômico de campanha disse (até agora!) que vai imprimir dinheiro para resolver o problema fiscal do país em 2019.
Apesar disso, a temporada de soluções milagrosas está oficialmente aberta.
As propostas compartilhadas com a sociedade têm tropeçado na falta de detalhamento, mas esse não é o maior dos problemas - vide os (vagos!) programas de governo e as (precárias!) sabatinas e entrevistas.
A novidade desta eleição é que algumas ideias testadas entre quatro paredes ganharam as ruas antes da hora, criando confusão e polêmicas.
Taxar bancos, rever o arcabouço de isenções, atualizar o index tributário, unificar cobranças, recriar impostos e até dar calotes são algumas das teses abraçadas por quem quer ser presidente do Brasil.
O tempo está passando. Essas e outras saídas não têm impacto isolado nem imediato.
Muitas delas também precisam vir acompanhadas de leis, o que envolve ao Congresso e uma vasta agenda de problemas.
Os candidatos e seus gurus sabem de tudo isso, mas não falam.
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Conjuntura
Fazendo as contas
A realidade fiscal imposta ao novo presidente será duríssima em 2019.
A meta de déficit primário é de R$ 139 bilhões.
Além disso, as despesas com a Previdência vão subir mais do que se imaginava porque a reforma não vingou.
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PT x Bolsonaro
Táticas, discursos e ações
Mantidas as curvas apontadas pelas últimas pesquisas, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) tendem a dedicar atenção especial aos que dizem que vão votar nulo.
A massa de brasileiros que rejeita o projeto de ambos pode ser determinante para reconfigurar o quadro às vésperas do primeiro turno.
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Base
Sindicatos e eleições
Entidades que representam trabalhadores promovem hoje um ato em apoio a Fernando Haddad (PT), em São Paulo.
A intenção é mostrar que o PT ainda tem o monopólio do voto sindical.
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Ficha limpa
Filtro
Estatísticas dos registros de candidatura mostram que a Lei da Ficha Limpa começa a fazer efeito de controle prévio.
Cansados de bater à porta e serem rejeitados pela Justiça Eleitoral, os candidatos que não estão quites com a lei acabam desistindo.
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Governo
Hora da revisão
O trabalho da Comissão Mista de Orçamento está parado, mas o Ministério do Planejamento segue nutrindo certo otimismo com a previsão de receitas do quarto bimestre.
O governo quer entregar ao novo presidente uma lei orçamentária emendada com notícias boas.
Pretende, inclusive, anunciar a ampliação da estimativa de receitas e uma inesperada margem para investimentos.
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Estradas
Fiscalização mais dura
Os caminhoneiros amargam o ônus da visibilidade.
Após a greve que parou o país em maio, a categoria virou alvo de rígidas fiscalizações do Ministério do Trabalho.
Centenas de veículos com média de idade acima de 13 anos, sem itens de segurança, e dirigidos por motoristas que apresentam sono por excesso de trabalho estão sendo flagrados e autuados.
As multas vão direto para as empresas donas dos caminhões.
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Agenda
Presidenciáveis 1 - A TV Aparecida realiza hoje debate com os presidenciáveis. Transmitirá também pelo Youtube
Presidenciáveis 2 – G1 e CBN sabatinam Alvaro Dias (Podemos)
Extrativismo - O IBGE divulga hoje dados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura referentes a 2017
Nos jornais
Datafolha - Jair Bolsonaro (PSL) manteve a liderança da corrida presidencial, de acordo com a nova pesquisa Datafolha, com 28% das intenções de voto. Fernando Haddad (PT) cresceu três pontos e atingiu 16%. Ciro Gomes (PDT) continua com 13%, mas é o único que venceria todos os rivais no segundo turno (manchete da Folha de S.Paulo)
Haddad - Pragmático, flexível, não sectário e com ‘jogo de cintura’ são as qualidades que Fernando Haddad (PT) promete buscar ao escolher o ministro da Fazenda, caso seja eleito (O Globo, O Estado de S.Paulo e Valor Econômico)
Alckmin - Em evento realizado pela revista Veja, Geraldo Alckmin (PSDB) buscou transmitir tranquilidade, afirmando que está confiante de que estará no segundo turno (Valor Econômico, O Globo e O Estado de S. Paulo)
Kátia - Em entrevista, a candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT), Kátia Abreu, acusa Haddad de não ter atuado para impedir o impeachment da ex-presidente Dilma: “Ele foi higienista nos momentos decisivos” (Valor Econômico)
CPMF - Jair Bolsonaro (PSL) recorreu ontem às redes sociais para negar que, se eleito, criará uma nova "CPMF". A proposta, encampada pelo economista Paulo Guedes, causou a primeira crise entre os dois (manchete de O Globo e O Estado de S. Paulo)
Pré-sal - Com o adiamento do megaleilão do excedente da cessão onerosa para 2019, a 5ª Rodada do Pré-sal, na próxima semana, é estratégica para as petroleiras. A depender do desfecho da eleição presidencial, a licitação, pode ser a última oportunidade de contratação de blocos durante pelo menos quatro anos (manchete do Valor Econômico)
Selic - O Banco Central manteve ontem a taxa básica de juros em 6,5% ao ano, mas sinalizou que pode subir a Selic mais à frente por causa da inflação e dos reflexos das eleições (todos os veículos)
CADE - O Conselho Administrativo de Defesa Econômico homologou ontem três Termos de Compromisso de Cessação com a Cielo, Bradesco e Banco do Brasil. O acordo prevê o pagamento de R$ 33,8 milhões de multa em troca de suspender inquérito por possível prática de irregularidades no mercado de meios de pagamentos (todos os veículos)