O tempo é curto para o PT operar a metamorfose política de transformar Fernando Haddad e de impulsioná-lo - de modo competitivo - a tão poucas semanas das eleições.
Por isso, desde ontem a noite, os materiais digitais de divulgação produzidos pelo partido começaram a ser adaptados para distribuição entre os aliados.
Parte do conteúdo já circula nas redes sociais com alterações importantes.
Nas novas peças, Haddad se recoloca e ganha mais relevância estética - sem, contudo, distanciar-se da 'marca' Lula.
O imaginário do eleitor continuará sendo fortemente ativado pela ideia de que o ex-presidente cedeu a vez em nome do Brasil.
Os ataques ao Judiciário e às 'elites' também seguirão o mesmo ritmo de antes, segundo os estrategistas, para 'manter a coerência'.
As linhas gerais da propaganda pró-Haddad foram delineadas desde o fim de semana e conduzidas diretamente por Lula.
A influência do ex-presidente será mantida e, em algumas fases, até mais acentuada. A carta escrita por ele, oficializando sua saída, reforça isso de público (leia).
Bastidores
Da porta para dentro
A CUT fechou questão e indicou ao PT que trabalhará por Haddad.
As lideranças petistas ligadas aos movimentos sociais também deram garantias de que estão unidas em torno do ex-prefeito de São Paulo.
As resistências internas, no entanto, deixam no ar questões práticas a serem resolvidas.
Entre elas, o papel que o ex-ministro Gilberto Carvalho terá a partir de agora.
Campanha
Voo solo
Eduardo Jorge, vice de Marina Silva (Rede), tem dedicado atenção especial a agendas próprias de campanha e viajado o Brasil para difundir e apoiar candidaturas de seu partido, o PV.
Personagem
A propaganda tucana
Pelo Brasil, candidatos do PSDB tentam colar o discurso possível para ganhar terreno e a simpatia do eleitor.
Regionalmente, há situações pitorescas, insólitas.
O deputado Waldir Maranhão (PSDB-MA), por exemplo, divulgou uma foto em que abraça o ex-presidente Lula.
Teoria
Quali x quanti
Álvaro Dias (Podemos) tem avaliado com especial cuidado as pesquisas.
Ao staff que o acompanha afirma que as qualitativas indicam que o brasileiro quer um presidente com perfil de gestor e que acumule experiência administrativa.
Já as quantitativas, segundo ele, indicam vantagem de candidatos que não apresentam tais credenciais.
Militares
Mourão onipresente
O vice Hamilton Mourão assumiu parte da agenda de Jair Bolsonaro, o que inclui visitas a redutos sensíveis e uma rotina de entrevistas mais frequente.
Nesse período de maior protagonismo tem contado com o apoio e com os conselhos do general Augusto Heleno, um dos coordenadores do programa de governo de Bolsonaro.
Agenda
Educação - O STF retoma hoje o julgamento que vai decidir sobre a legalidade do ensino domiciliar.
Presidenciáveis 1 – Ciro Gomes (PDT) será sabatinado hoje por O Globo, Valor Econômico e revista Época.
Presidenciáveis 2 – Cabo Daciolo (Patriota) será sabatinado hoje por UOL, a Folha de S.Paulo e SBT.
Presidenciáveis 3 - A EBC entrevista hoje Vera Lúcia (PSTU).
Pecuária – O IBGE divulga hoje a pesquisa trimestral sobre a produção de alimentos do setor pecuário.
Nos jornais
Ibope - Jair Bolsonaro (PSL) subiu quatro pontos porcentuais na primeira pesquisa nacional do Ibope feita depois de o candidato ter sido esfaqueado. Disputam o segundo lugar Ciro Gomes (PDT) 11%, Marina Silva (Rede) 9%, Geraldo Alckmin (PSDB) 9% e Fernando Haddad (PT) 8%. (manchete de O Estado de S. Paulo)
Haddad - Lula autorizou que Fernando Haddad fosse oficializado ontem candidato do PT ao Planalto. Em carta, o ex-presidente pede que seus eleitores votem em Haddad. (manchete em Folha de S.Paulo e O Globo)
Richa - O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), atual candidato ao Senado, foi preso temporariamente a pedido do MP do Paraná na manhã de ontem. Richa é suspeito de fraude em licitação em obras de estradas rurais. (todos os veículos)
Sabatina 1 - O presidenciável pelo PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa "fragiliza o partido", mas que "todos os partidos estão fragilizados". (todos os veículos)
Sabatina 2 - A candidata da Rede, Marina Silva, participou ontem de sabatina organizada por O Globo, Valor Econômico e Época. Durante o encontro, Marina disse ver Lula como corrupto e não se arrepende de apoio ao impeachment de Dilma. (O Globo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico)
Bolsonaro - Por 3 votos a 2, a Primeira Turma do STF rejeitou denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro (PSL), que foi acusado do crime de racismo em relação a quilombolas e refugiados. (todos os veículos)
Mercado 1 - O número ainda alto de indecisos e de eleitores dispostos a votar em branco ou nulos abre espaço para reviravoltas no cenário eleitoral. Mas o mercado já se prepara para lidar com disputa entre dois "radicais". (manchete do Valor Econômico)
Mercado 2 - O dólar comercial fechou ontem em alta de 1,48%, cotada a R$ 4,155. Já o Ibovespa recuou 2,33%, aos 74.656 pontos. O movimento foi atribuído aos resultados do Datafolha e à expectativa dos investidores quanto aos resultados da pesquisa Ibope. (todos os veículos)
Leilão - O governo desistiu de leiloar neste ano o excedente da cessão onerosa no pré-sal. A ideia agora é tomar providências para que o futuro presidente possa realizar o leilão, caso queira, no primeiro semestre de 2019. (todos os veículos)