Cenário

Cenário - 14.8.18

Um radar dos principais assuntos que estão ou não na mídia, com um olhar diferenciado sobre grandes temas.

14/8/2018

A prática tipicamente brasileira de deixar tudo para a última hora virou, no fim das contas, estratégia mais do que conveniente aos candidatos que disputam o Planalto.

No caso das formalidades que antecedem a oficialização junto ao TSE isso ficou muito claro.

Os presidenciáveis jogaram com o tempo ao lidar com 1) a redação das propostas de governo, 2) o cálculo do timing para a divulgação de dados pessoais, em especial a declaração de bens e 3) os acertos envolvendo coligações partidárias.

A equipe de Jair Bolsonaro (PSL) se superou ao fazer suspense sobre o programa de governo.

Registrado ontem à noite, o texto frustrou expectativas: Bolsonaro optou por um 'resumo executivo', blindando-se assim de polêmicas e ataques dos adversários. Segue o mistério.

Marina Silva (Rede) adotou lógica semelhante. A candidata deixou para o prazo final o registro e - a julgar pelas expectativas - nem assim se posicionará sobre temas cruciais e/ou espinhosos.

Como nem mesmo o tucano Geraldo Alckmin se arriscou a registrar uma plataforma reformista, os demais optaram por textos genéricos.

Nas eleições anteriores, o detalhamento de propostas rendeu munição aos adversários e questionamentos sobre a viabilidade financeira e estrutural de muitas ideias consideradas inviáveis.

Até a noite de hoje, Henrique Meirelles (PMDB) e Álvaro Dias (Podemos) devem apresentar suas credenciais.

O PT de Lula entregará amanhã no último minuto.

Posse

O TSE sob Rosa

A ministra do STF Rosa Weber assumirá hoje a presidência do TSE.

Sua posse, os primeiros atos e o perfil que adotará durante as eleições são cercados de especulação.

Avessa a entrevistas e a exposições públicas consideradas desnecessárias, a juíza fez do estilo uma marca registrada.

Intramuros, o Judiciário espera com certa ansiedade algumas mudanças.

Um deles pode ser o novo desenho na articulação das pautas de votação do tribunal: é esperada uma atitude mais linha dura com políticos regionais.

Rosa é crítica dos embargos auriculares que costumam levar aos ministros detalhes das casuísticas locais e de superinterpretações das normas.

Na presidência do TSE, deverá atuar em prol da consolidação da jurisprudência da Corte, para que uma decisão tomada em um caso possa ser aplicada de modo uniforme, independentemente de peculiaridades locais.

Apoio

Selo verde

Neca Setúbal e Guilherme Leal se distanciaram do projeto de Marina Silva e ajudaram a consolidar no partido Novo boa parte do que sempre esperaram da política.

Redes sociais

Meirelles, o #xóvem

Em tom de ironia, internautas levantaram, ontem, a hipótese de algum adversário ter se infiltrado na campanha de Henrique Meirelles (MDB).

Para tentar arejar a imagem do peemedebista, as redes sociais do ex-ministro e ex-presidente do Banco Central têm apelado para o linguajar dos heavy users, aquelas na casa dos 25 anos.

No figurino, Meirelles já incorporou o personagem: com alguma frequência, tem trocado o terno por estilosos agasalhos esportivos.

IBGE

O fim da classe C

O PT usará números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, para demonstrar que a queda da renda e o desemprego, registrados a partir de 2017, dizimaram a chamada "classe C".

O cenário de desigualdade, sustentam os petistas, fez com que a escala pulasse das classes A e B direto para a classe E.

Pesquisas

Pulsação

A partir de hoje - e até o fim de semana -, o eleitor e a mídia serão bombardeados por pesquisas de intenção de voto para presidente e governador.

Educação

Temporários na rede

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, em parceria com entidades regionais, começou a mapear a incidência de professores temporários nas escolas estaduais.

Para contornar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, governadores têm adotado prática recorrente de contratar professores para exercício em apenas um ano letivo.

Agenda

Serviços - O IBGE divulga hoje Pesquisa Mensal de Preços com indicadores da conjuntura do setor de serviços em junho.

Dívidas - A Comissão Mista do Congresso analisa hoje relatório da Medida Provisória que anula renegociações de dívidas rurais.

Pauta - A Câmara dos Deputados inicia segundo esforço concentrado de votações do período eleitoral.

PIS/PASEP - Começa o pagamento do fundo aos cotistas de todas as idades que não são correntistas da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

Nos jornais

Eleições - Na antevéspera do registro da candidatura do ex-presidente Lula (PT) ao Planalto, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, defendeu a Lei da Ficha Limpa. Já o ex-governador da Bahia Jaques Wagner alertou: "Não vamos ter a vida inteira para expor o Haddad". (manchete de O Estado de S. Paulo)

Mantega - O juiz Sérgio Moro aceitou denúncia, no âmbito da Lava Jato, contra o ex-ministro Guido Mantega por lavagem de dinheiro e corrupção na edição da "MP da Crise". Ele rejeitou a acusação formal contra o ex-ministro Antonio Palocci. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico)

Mendes Jr. - Sérgio Moro mandou prender a cúpula da empreiteira Mendes Júnior para cumprir pena em 2ª instância. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)

Bolsonaro - Jair Bolsonaro (PSL) demitiu a assessora fantasma Walderice Santos da Conceição, flagrada trabalhando em sua loja de açaí na região de Angra dos Reis na hora do expediente da Câmara. (manchete da Folha de S.Paulo)

Cabral - Em novo depoimento ao juiz Marcelo Bretas, o ex-governador Sérgio Cabral disse que nunca solicitou propina ao empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como "Rei Arthur". (O Estado de S. Paulo e O Globo)

Vice - Em entrevista, Eduardo Jorge, vice na chapa de Marina Silva, avalia que a coligação entre o PV e a Rede mostrou a capacidade da ex-senadora de fazer composição. Ele critica ainda o PT por seguir um oráculo – Lula, preso em Curitiba. (Folha de S.Paulo)

Turquia - O aumento da aversão dos investidores a risco provocou ontem forte turbulência em alguns países emergentes, como Turquia, Argentina e África do Sul. No Brasil, o dólar chegou a R$ 3,92 no pior momento, fechando a R$ 3,89, alta de 0,82%. (todos os veículos)

Braskem - O comando da Petrobras enfrenta pressões internas contra a possível venda das ações que detém na Braskem para a LyondellBasell. (manchete do Valor Econômico)

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