Cenário

Cenário - 10.8.18

Um radar dos principais assuntos que estão ou não na mídia, com um olhar diferenciado sobre grandes temas.

10/8/2018

O fim de semana e os dias que fazem limite com quarta-feira, 15, - prazo final para registro das chapas na Justiça Eleitoral - serão cruciais para a estratégia do PT de seguir alimentando a ideia de que o ex-presidente Lula é candidato.

A retórica de palanque, as mobilizações de rua estimuladas pelo partido e, principalmente, a sequência de artifícios jurídicos que ainda estão na gaveta vão inflamar esta fase da corrida ao Planalto.

Alongar a discussão é o objetivo central do PT neste momento. Espécie de prévia para as próximas etapas.

O plano de resistência mira, na verdade, 17 de setembro. Nesta data, o TSE julgará os pedidos de registro de candidatura.

O PT sonha com quatro coisas: 1) a possibilidade de, mesmo preso em Curitiba, o ex-presidente poder ser usado como ativo de campanha, 2) Lula continuar no imaginário do eleitor, 3) as pesquisas não esquecerem de citá-lo como alternativa e 4) Lula estampar peças de propaganda.

Protocolar a papelada no TSE na semana que vem é ato simbólico e visa, entre outros, a não dispersão de votos canalizados atualmente em Lula.

Atos pró-Lula

Nas ruas

Os apoiadores da campanha de Lula têm chamado os atos previstos para ocorrer no dia 15 de "cerco popular".

O MST ainda faz as contas, mas já disse que levará pelo menos cinco mil pessoas a Brasília.

Outros movimentos sociais e o próprio PT também estão mobilizando suas bases para encher as ruas próximas à sede do TSE.

Reajuste

Próximos capítulos

O Executivo não está disposto a comprar briga com o Judiciário e deve enviar a LOA de 2019 ao Congresso sem alterar a proposta de reajuste feita pelo STF.

A Comissão Mista de Orçamento, no entanto, já reuniu argumentos técnicos para demonstrar que o pleito é incompatível com o que determina a Emenda Constitucional 95, que estabelece tetos de despesas para os Três Poderes.

Assim, o Legislativo poderá recalcular um possível reajuste com índice diferente do proposto pelo STF, sem contrariar a autonomia dos Poderes, apenas calcado em critérios de alcance constitucional.

Hora da apuração

Votos do Norte

O TSE e a Justiça Eleitoral nos estados da região Norte estão organizando uma força-tarefa para evitar que se repita este ano o que ocorreu em 2014, quando o país parou para aguardar a apuração dos votos do Acre e só então ouvir a divulgação do resultado da eleição presidencial.

Além do adiamento do início do horário de verão para depois do segundo turno, os TREs contarão com um plano estratégico para a transmissão de dados nas áreas de difícil acesso.

'Prioridades'

Os nomes das rodovias

Nem só de pautas-bomba, crise financeira e instabilidade política vive o Congresso.

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou, ontem, projetos que mudam nomes de rodovias de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul para homenagear a memória de políticos e empresários.

Agenda

Comércio - Índices do comportamento do comércio varejista serão divulgados hoje pelo IBGE. A pesquisa mensal tem como base o mês de junho.

Protestos - A CUT promove hoje o "Dia do Basta", manifestação que convoca trabalhadores a atrasar turnos e a realizar atos nos locais de trabalho contra políticas trabalhistas e sociais do governo Federal.

Nos jornais

Reajuste 1 - O reajuste do Judiciário, definido pelo STF, é mais um elemento explosivo para as contas públicas. Somando o aumento dos juízes, os de outras categorias de servidores e o efeito da inflação sobre o salário mínimo, o novo governo receberá em 2019 uma conta extra de R$ 42,1 bilhões. (manchete da Folha de S.Paulo)

Reajuste 2 - A repercussão da decisão dos ministros do STF de aprovar um aumento de 16,38% nos próprios salários fez com que integrantes da Corte entrassem em contato com a cúpula do Congresso sugerindo alternativas como, no limite, chancelarem um reajuste menor do que o sugerido. (todos os veículos)

Debate - No primeiro debate presidencial, promovido pela Band, os candidatos evitaram, na maior parte do tempo, o confronto direto. A expectativa de Jair Bolsonaro fosse o principal alvo de questionamentos dos adversários não se confirmou. Já Geraldo Alckmin enfrentou provocações dos rivais. (manchete de O Estado de S. Paulo e O Globo)

TSE - O Tribunal Superior Eleitoral vai mudar o sistema de registro de candidaturas para estas eleições para que os candidatos sejam novamente obrigados a detalhar os bens que possuem. (Folha de S.Paulo e O Globo)

Mourão 1 - Em entrevista, o vice do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), diz que agregará discrição e estabilidade para a campanha. Sobre relação com o Congresso, Mourão reconhece que será difícil, caso ele e Bolsonaro sejam eleitos. (Folha de S.Paulo)

Mourão 2 - Mourão, em entrevista, afirma, que os militares devem participar mais da vida política. "Nós não podemos ficar escondidos na nossa redoma. Temos também que nos apresentar". (Valor Econômico)

Eymael - Candidato ao Planalto pelo PSDC, José Maria Eymael aponta, em entrevista, propostas como a redução do número de ministérios e a criação de uma pasta voltada à família. Fora dos debates e com pouco tempo de propaganda na TV, Eymael quer explorar as redes sociais. (O Globo)

Bolsonaro - O PDT firmou aliança e abriu o palanque para os apoiadores do candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro, no maior Estado em que governa: o Amazonas. Ele também deve recorrer a palanques de aliados de Marina Silva e Geraldo Alckmin. (Folha de S.Paulo)

CVM - A Comissão de Valores Mobiliários instaurou novo processo sancionador contra os irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo da JBS. (todos os veículos)

Frete - O presidente Michel Temer sancionou a lei que institui valores mínimos de fretes rodoviários praticados no Brasil. Temer vetou anistia de multas de trânsito e sanções judiciais aplicadas aos caminhoneiros durante a paralisação. (todos os veículos)

Ruralistas - Enquanto as atenções estavam voltadas para o STF, a bancada ruralista se articulou para desfigurar uma MP do governo e restabelecer renegociações de dívidas do setor que podem desfalcar os cofres públicos em R$ 17,1 bilhões. A área econômica já havia alertado que não há espaço fiscal para um programa como esse. (O Estado de S. Paulo)

Heineken - Quando comprou a Brasil Kirin, no ano passado, a Heineken dobrou de tamanho. Mas, junto com as 12 fábricas, os holandeses herdaram processos judiciais complexos, que levam agora o comando da Heineken a avaliar a possibilidade de fechar fábricas no Nordeste. (manchete do Valor Econômico)

Violência urbana - A expansão da guerra entre facções criminosas do Rio e São Paulo para as regiões Norte e Nordeste é a principal causa do aumento do número de homicídios no país, pelo segundo ano seguido. O 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta que foram 63.880 mortes violentas em 2017, mais de 30 por 100 mil habitantes. (O Globo)

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