O jogo eleitoral começa pra valer e, a partir de hoje, com o início das convenções partidárias, já será possível vislumbrar mais do que tendências na corrida ao Planalto.
Da forma como a realidade acomodou-se até aqui, a disputa atesta e dá fôlego ao tradicional modelo ensinado pelos velhos teóricos - aquele baseado em polos, registrado em músicas e livros de história, que entende a política entre 'esquerda' e 'direita'.
Com o arranjo fechado ontem, e a indicação de apoio dos partidos que compõem o chamado 'centrão', a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) sai na frente.
O reforço de veteranos identificados desde sempre com a lógica de Brasília fortifica a candidatura do tucano.
Alckmin ganha argumento, palanque e tempo de TV e rádio para legitimar seu discurso pró-reformas e em favor da estabilidade social.
O revés sofrido esta semana por Jair Bolsonaro, que ainda busca o vice ideal, reforça o quadro de momento favorável ao tucano. Os últimos dias enfrentados por Ciro Gomes, idem.
Propaganda
Bônus na TV e no rádio
O leque de apoio de Geraldo Alckmin configura, neste momento, a coligação com o maior tempo de propaganda eleitoral - um dos objetivos mais estratégicos para uma curta campanha oficial.
'Centrão'
Planos de longo prazo
O apoio dos partidos do chamado 'centrão' credencia o bloco como força política não só para as eleições.
A meta é ampliar espaços no Executivo e ser uma corrente ainda mais relevante no Congresso, inclusive ampliando a presença em postos de comando na Câmara e no Senado.
Ciro 1
A voz busca espaço
Ciro Gomes será obrigado a refazer cálculos que estavam praticamente fechados. E pior: com a campanha em movimento.
Hoje, na convenção do PDT que vai referendar seu nome, o discurso será contundente contra tudo e todos que representam a 'direita', as reformas, os cortes e as privatizações.
Ciro 2
Meta ajustada
Além do desafio de costurar um acordo com o PSB e o PCdoB, Ciro terá também de refazer as pontes com o PT e Lula trincadas nos últimos meses de distanciamento.
Agrotóxico
Polêmica sem fim
Enquanto o Congresso Nacional avança para alterar o registro de agrotóxicos, um relatório da Human Rights Watch documentou intoxicação aguda devido ao uso de agrotóxicos em sete localidades rurais do Brasil.
A organização entrevistou 73 pessoas afetadas diretamente pelo uso dos produtos, incluindo comunidades rurais, indígenas, escolas e quilombolas.
Agenda
Inflação - O IBGE divulga hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15.
Temer - O presidente Michel Temer participa hoje da 35ª Convenção Internacional da Associação de Homens de Negócio do Evangelho Pleno.
Nos jornais
Centrão - Os comandos de DEM, PP, PR, SD e PRB comunicaram ontem que o chamado 'Centrão' decidiu apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) na corrida à presidência da República. O anúncio oficial do acordo deve ocorrer no dia 26. (todos os jornais)
Ação do Planalto - O Palácio do Planalto fez forte pressão e ameaçou tirar cargos de quem se unisse a Ciro, principalmente do PP, que comanda os Ministérios da Saúde, Cidades e Agricultura – com orçamentos que, juntos, somam R$ 153,5 bilhões –, além de ter o comando da Caixa. (O Estado de S. Paulo)
Ciro - O pré-candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, "reconheceu" na véspera da convenção para oficializar sua candidatura, que "comete alguns erros", e voltou a fazer um aceno aos partidos de esquerda. Ciro defendeu a liberdade do ex-presidente Lula e fez autocríticas. (todos os veículos)
Bolsonaro - Na tentativa de rebater as acusações de misoginia, Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi aconselhado a difundir mensagens de apoio feminino à sua campanha. (Folha de S.Paulo)
Boulos - Em entrevista exclusiva, o pré-candidato do Psol à presidência, Guilherme Boulos, propõe um pacote tributário para os mais ricos e promete reduzir as desonerações, que classifica como "Bolsa Empresário". (Valor Econômico)
Lula - O ministro João Otávio de Noronha, da Corregedoria Nacional de Justiça intimou os desembargadores Rogério Favreto e João Pedro Gebran Neto, ambos do TRF-4, e o juiz Sérgio Moro a prestarem informações sobre a batalha jurídica em torno da liberdade do ex-presidente Lula. (todos os veículos)
Papuda - A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, determinou que Geddel Vieira Lima e Luiz Estevão irão para a ala de segurança máxima do complexo prisional, devido a denúncias de regalias irregulares. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Folha de S.Paulo)
Caixa - O governo vai injetar cerca de R$ 2 bilhões na Caixa Econômica até o fim do ano para reforçar o capital do banco. A capitalização do Tesouro Nacional é necessária para que o banco estatal cumpra em 2019 normas internacionais. (O Estado de S. Paulo)
Crédito - Os quatro maiores bancos de capital aberto devem mostrar bons resultados no segundo trimestre, com o crédito para pessoas físicas. O lucro combinado de Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander deve ficar em R$ 18 bilhões. (manchete do Valor Econômico)
ANP - A Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis, que regula o setor de exploração e produção de petróleo e combustíveis no país, divulgou ontem que não irá mais fixar uma periodicidade mínima para reajuste de combustíveis no país. (todos os veículos)
Caminhoneiros - A paralisação dos caminhoneiros trouxe perda de arrecadação. Estimativas preliminares indicam que mais de R$ 2,4 bilhões deixaram de entrar no caixa do setor público, em especial, dos Estados. (Folha de S.Paulo)