Cenário

Cenário - 18.7.18

Um radar dos principais assuntos que estão ou não na mídia, com um olhar diferenciado sobre grandes temas.

18/7/2018

As últimas horas foram de intensas negociações partidárias. Aos poucos o cenário começa a ganhar os contornos para o início da disputa eleitoral.

Os desafios não são pequenos, pois os candidatos terão que equilibrar seus discursos entre o reconhecimento da difícil e desafiadora realidade social e econômica do país e o resistente alheamento de mais de um terço do eleitorado que não tem interesse em votar em ninguém.

Com o baixo interesse vem a alta rejeição aos candidatos.

Nesse contexto, o início da propaganda eleitoral oficial, seja pelas ruas e na internet (a partir de 16/8) e no rádio e televisão (a partir de 31/8), será decisivo para conquistar os eleitores.

E as composições precisam fazer algum sentido para a apresentação sistematizada dos programas e compromissos de governo.

Vice

Para chamar de seu

Na atual fase de negociações, assume centralidade a definição do vice.

Essa composição pode auxiliar na identificação do eleitor com um perfil e a amplitude das candidaturas, o que também é essencial para compor um tempo de propaganda eleitoral gratuita necessário para se comunicar com o eleitorado.

Esquerda

Dilema e espera

Cresce uma tendência potencialmente favorável de aproximação entre os partidos de centro e Ciro Gomes (PDT). Embora pela perspectiva de centro esquerda (PSB, PCdoB) persista um profundo dilema.

O elemento que dificulta a finalização das negociações está na permanência do nome do ex-presidente Lula como pré-candidato do PT.

Mesmo preso, seus índices de preferência eleitoral continuam elevados (em torno de 30% conforme as pesquisas), o que desestabiliza as negociações.

Expectativas e estatísticas projetam uma potencial capacidade de transferência de pelo menos 20% dessas intenções para quem for indicado para suceder o petista na disputa eleitoral.

Direita

Perfil conciliador

Em outra perspectiva, Geraldo Alckmin (PSDB) busca consolidar sua representação com uma parte das siglas do centro e centro direita.

Suas chances crescem com tradicionais aliados que veem em seu perfil conciliador características que agradam ao eleitorado médio, além da preferência dos setores da economia pró-reformas.

Nesse panorama, perde força a candidatura do capitão da reserva Jair Bolsonaro (PSL). A confirmação do general da reserva Augusto Heleno (PRP) para ser seu vice define uma aliança sem aliados de peso no Congresso.

Com isso, terá pouco tempo para expor suas propostas na propaganda eleitoral. Além de sua candidatura restringir-se a um segmento específico da sociedade, de apoio aos militares.

Saúde da família

Jovem e debilitado

O Programa Saúde da Família completa 25 anos. Sua primeira equipe foi implantada em Quixadá/CE, em dezembro de 1993. Em quase três décadas, o PSF foi ampliado e se transformou em uma estratégia.

Mas o momento atual não traz perspectivas favoráveis. O programa vê seu desenvolvimento ameaçado por restrições financeiras e pela flexibilização em normas de aplicação dos recursos financeiros.

Violência

Problema que persiste

O problema da violência no Rio de Janeiro ganha impacto eleitoral, sobretudo com o balanço da intervenção militar.

Dados do Instituto de Segurança Pública divulgados ontem mostram que nos primeiros seis meses de 2018 houve um crescimento de 32% nas mortes provocadas pela polícia (comparado a 2017).

Só em junho, as mortes cresceram 60% em relação a 2017, com 155 assassinatos em ações da polícia. São os maiores índices desde que o Estado começou a contabilizar esse tipo de homicídio, em 2003.

Agenda

Registro espúrio - A colaboração do ex-ministro Helton Yomomura com as investigações da PGR que investiga fraudes no Ministério do Trabalho pode criar embaraços para partidos em ano de disputa eleitoral.

Leilão - A Pré-Sal Petróleo vai realizar novo leilão do petróleo da União em 31/7. O pré-edital para a consulta pública foi aberto ontem e ficará disponível até 25/7 para consulta.

Cabo Verde - O presidente Michel Temer participa hoje de uma Sessão Plenária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP.

Nos jornais

Dinheiro vivo - A Receita Federal, o Coaf e o TSE vão reunir esforços para fiscalizar suspeitas de uso de dinheiro vivo para caixa 2 de campanha nas eleições deste ano. Pela primeira vez, os três órgãos vão, de forma preventiva, investigar possível crime de lavagem de dinheiro de candidatos e doadores. (manchete O Estado de S. Paulo)

Bolsonaro - O pré-candidato do PSL ao Planalto, deputado Jair Bolsonaro (RJ), confirmou ontem o fim das negociações com o PR para uma aliança eleitoral. Bolsonaro pode anunciar hoje um general para compor sua chapa como candidato a vice. O nome mais forte é o do general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira (PRP). (todos os jornais)

Ciro 1 - De olho no apoio do Centrão (DEM, PP, PRB e Solidariedade), o pré-candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, disse ontem a empresários que não é contra a reforma trabalhista, mas contra ao modelo aprovado em novembro. (O Estado de S. Paulo)

Ciro 2 - Integrantes do Centrão que defendem uma aliança com o pedetista Ciro Gomes tentam modular o discurso econômico do pré-candidato à presidência para tranquilizar a ala mais conservadora do grupo e convencê-la a apoiar o presidenciável. (Folha de S.Paulo)

Embraer + Boeing - Em encontro com empresários e sindicalistas patronais, Ciro Gomes defendeu ontem, em São Paulo, a dissolução do acordo em que a Boeing comprou 80% da área de aviação comercial da Embraer. (O Globo)

Aécio - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) indicou a parlamentares mineiros que vai concorrer a deputado Federal nas eleições de outubro. Segundo aliados, o tucano concluiu que não há condições políticas para um novo mandato ao Senado. (O Globo)

Lula - Uma comitiva do Senado esteve ontem na superintendência da PF em Curitiba onde o ex-presidente Lula está preso. Os parlamentares vistoriaram as celas e também conversaram com o petista. (O Estado de S. Paulo)

Lava Jato - Adir Assad afirmou em acordo de delação premiada ter repassado, entre 2010 e 2011, de R$ 1,2 milhão a R$ 1,4 milhão em espécie para a Yuny Incorporadora – empresa que tem como sócios Marcos e Marcelo Yunes, filhos do advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer. (O Estado de S. Paulo)

Eletrobrás - O desembargador Federal André Fontes, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª região), suspendeu a liminar que impedia o leilão de seis distribuidoras de energia elétrica da Eletrobrás. A decisão foi tomada ontem. (todos os jornais)

Rota 2030 - Mudanças defendidas por congressistas podem ampliar o custo de R$ 1,5 bilhão por ano estimado pelo governo Federal ao estabelecer as regras do Rota 2030, programa de incentivos à indústria automotiva. (manchete Valor Econômico)

Concessões - Após um ano de avanços e retrocessos, o presidente Michel Temer deve assinar nos próximos dias o decreto que regulamenta a devolução de concessões de infraestrutura em dificuldades financeiras. (Valor Econômico)

Lixo - Dezesseis capitais brasileiras terão que encontrar novo destino para seu lixo por determinação do STF. Numa decisão de fevereiro, a Corte proibiu a construção de aterros sanitários em áreas de proteção permanente. (manchete Folha de S.Paulo)

Saúde - O diretor da ANS, Rodrigo Aguiar, afirmou que o órgão pretende manter a regra que fixa limite de 40% para exames e consultas em planos de saúde de coparticipação e franquia, que foi suspensa pela presidente do STF, Cármen Lúcia. (manchete O Globo)

BNCC - O Ministério da Educação decidiu alterar e ampliar a Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio. Os ajustes serão feitos para atenuar as resistências à proposta – a meta do governo Michel Temer é que ela seja aprovada ainda em 2018. (Folha de S.Paulo)

Trump - O presidente Donald Trump disse ontem que aceita a conclusão dos serviços de inteligência dos EUA, de que a Rússia interferiu nas eleições de 2016, e que se expressou de maneira errada no dia anterior com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. (todos os jornais)

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