O estresse jurídico causado pela sequência de decisões conflitantes envolvendo o ex-presidente Lula não poderia ter ocorrido em melhor momento para o PT e sua tese de libertação do ex-presidente.
Justamente hoje o partido dará início a uma nova tentativa de nacionalizar a pressão pela soltura do petista.
Um calendário de mobilizações populares será testado em cidades importantes. E durante a semana, o abaixo-assinado 'Lula Livre' vai viajar o país sustentando a ideia da pré-candidatura ao Planalto.
Depois de tudo o que aconteceu ontem – do planejamento prévio de embate com o TRF-4 à exposição das divergências instaladas no Judiciário como um todo –, o PT acredita que pode contagiar mais gente.
Os atos públicos e as manifestações das lideranças do partido pretendem inflamar a cena.
A estratégia é manter a ebulição até o dia 15 de agosto, data da marcha a Brasília para o registro da candidatura Lula no TSE.
Datas
Seguindo o roteiro
No dia 28 de julho, no Rio de Janeiro, vai acontecer o festival Lula Livre, que contará com as participações de Chico Buarque e Gilberto Gil.
Já no dia 31, representantes de movimentos sociais iniciam uma greve de fome em frente ao STF.
Justiça
Polêmica sem fim
Os ataques e contra-ataques vistos ontem engrossaram o caldo das críticas sobre a ausência de uma posição definitiva do STF em torno da prisão em 2ª instância.
A questão ganha cada vez mais corpo em conflitos nas instâncias inferiores.
Os julgamentos monocráticos entram, assim, na lista dos assuntos considerados indutores de instabilidade jurídica.
Análise
Guerrilha e contra-guerrilha
Alon Feuerwerker escreve em sua Análise e Conjuntura Política que a guerra em torno da liberdade ou não de Lula é "assimétrica".
E justifica que é natural que as forças lulistas acabem levadas a táticas de guerrilha.
Alianças 1
O jogo de momento
Os partidos não escondem as dificuldades e estão, de fato, com problemas para formar palanques que sejam compatíveis nacional e localmente.
O cálculo mais pragmático adotado pela maioria deles neste início de julho tem levado em conta a formação de alianças informais.
Quando o segundo turno chegar, os acordos serão repactuados.
Alianças 2
Os planos do PSB
O PSB planeja uma reunião de cúpula para a segunda quinzena de julho.
Pretende fechar posição com as direções regionais e definir apoio na esfera federal.
Agenda
Indicadores – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga hoje o Índice de Medo do Desemprego e o Índice de Satisfação com a Vida
Eleições – O TSE fará reunião hoje com órgãos de imprensa e instituições interessadas em divulgar os resultados das eleições
Nos jornais
Lula – Uma ordem do juiz plantonista do TRF-4, Rogério Fraveto, abriu ontem uma guerra de decisões envolvendo a soltura do ex-presidente Lula. Juristas, advogados, o juiz Sérgio Moro, o STF e o MPF se manifestaram até que o presidente do tribunal regional, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, foi chamado a arbitrar e determinou que o ex-presidente continuará preso (todos os veículos)
Ficha-suja – Embora o desembargador Rogério Favreto tenha utilizado a pré-candidatura de Lula como um dos argumentos para determinar a soltura, o petista já foi condenado em segunda instância e está enquadrado na Lei da Ficha Limpa (O Globo)
Preocupação – Pré-candidatos à Presidência e dirigentes partidários manifestaram preocupação com a insegurança jurídica no país ao comentarem a batalha judicial em torno da prisão dele (O Globo)
Cármen – A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, cobrou ontem que não houvesse quebra de hierarquia na Justiça. Sem citar o ex-presidente, a ministra disse, em nota, que a democracia brasileira está "segura" (O Estado de S. Paulo)
Segurança Pública – Uma carta interceptada em um presídio do interior paulista revela que um membro do Primeiro Comando da Capital pediu um advogado à cúpula da facção, após confirmar o êxito da "missão" de assassinar o agente penitenciário federal Alex Belarmino Almeida Silva. A informação consta na denúncia da Operação Echelon, que acusou 75 pessoas pelo crime de organização criminosa (Folha de S.Paulo)
Petróleo – A recuperação do preço do petróleo, a venda de ativos da Petrobras e o programa de leilões permanentes de blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível darão novas oportunidades a empresas que abriram capital na Bolsa na época da euforia com o pré-sal e passaram por turbulências (O Estado de S. Paulo)
Embraer + Boeing – Preocupados com impactos da aquisição da Embraer pela Boeing, fornecedores da empresa brasileira querem que o governo proteja o setor. A cadeia produtiva dos fornecedores da Embraer no Brasil é formada hoje por cerca de 70 empresas (manchete do Valor Econômico)
Internacional – Quatro dos 12 meninos presos há duas semanas em uma caverna alagadiça na Tailândia junto com o treinador de futebol foram resgatados ontem (Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo)