Cenário

Cenário - 29.6.18

Um radar dos principais assuntos que estão ou não na mídia, com um olhar diferenciado sobre grandes temas.

29/6/2018

O primeiro semestre terminou e, na economia, as projeções sobre o que esperar da próxima metade do ano não param de ser revisadas.

Que o ritmo e o vigor da retomada estão longe (muito longe mesmo!) do ideal, isso é sabido há meses.

A novidade é a falta de perspectiva seguir inalterada por tanto tempo.

Nas planilhas do mercado e no horizonte dos dados oficiais, está cada vez mais consolidada a ideia de que a saída da recessão de 2015/2016 não vai acontecer sem antes atravessar o deserto.

O emprego, a renda, a produção industrial e as contas públicas estão mergulhados em incertezas. E devem continuar assim.

Com a proximidade das eleições, a tensão entre os agentes costuma aumentar, adicionando à cena econômica elementos ainda mais imprevisíveis - vide o que já está acontecendo com o câmbio e a Bolsa.

Conjuntura

As próximas curvas

O Banco Central atualizou seu GPS porque sabe que vai trilhar caminhos bastante acidentados ao longo dos próximos meses.

O Relatório de Inflação divulgado ontem resume bem esse olhar.

O BC reduziu para 1,6% a previsão de crescimento do PIB em 2018 - um ponto percentual menor que em março.

A expectativa de inflação no ano foi elevada de 3,8% para 4,2%.

Eleições

Efeito palanque

O cenário eleitoral ainda não está totalmente fundido à conjuntura econômica. Mas será em breve.

A situação fiscal e a gestão das contas públicas devem puxar esse novelo - pelo menos é o que está posto neste momento.

O avanço do debate sobre os rumos do Orçamento do próximo ano e os limites da lei que estipula um teto para os gastos já obrigam os pré-candidatos a se posicionarem de maneira mais objetiva.

PSB + PDT + PC do B

Tempos de (in)definição

Seguem as especulações sobre alianças e movimentos de aproximação entre partidos que miram o Planalto.

A pré-candidatura de Ciro Gomes é a que mais concentra atenções nesta semana.

As apostas dobraram em favor do PSB e do PC do B na suposta direção do PDT.

STF

O fator Lula

A sessão de hoje do STF alimenta expectativas em torno do futuro do ex-presidente Lula.

É fato que o julgamento do pedido de liberdade do petista ganhou amplitude extra depois que o ministro Edson Fachin decidiu encaminhar a votação ao plenário sem aguardar o posicionamento da PGR.

Agenda

Recesso - O STF realiza hoje pela manhã a última sessão antes do recesso. Será retomado o julgamento das 19 ações envolvendo a contribuição sindical.

Contas públicas - O Banco Central divulga hoje a nota de Política Fiscal com o desempenho das contas da União, Estados e municípios e empresas estatais em maio.

Dívida - O Tesouro Nacional divulga hoje o resultado da dívida pública em maio, incluindo endividamento interno/externo.

Indústria - O IBGE divulga hoje dados da PNAD Contínua e da Produção Industrial.

Eleições 2018

Enquetes - A partir de 20 de julho, não será mais possível realizar enquetes - mais conhecidas como as coletas de opiniões informais de eleitores - sem nenhum controle de amostra ou de utilização de método científico claro.

Nos jornais

Lula - O ministro do STF Edson Fachin pediu que o pedido de liberdade feito pela defesa do ex-presidente Lula seja incluído na pauta de julgamentos do plenário. (todos os veículos)

Cunha - O ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu, ontem, habeas corpus para libertar Eduardo Cunha, mas o ex-presidente da Câmara deverá permanecer preso por ser alvo de ordens de prisão preventiva em outros processos. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico)

Denúncia - A Justiça Federal aceitou denúncia contra o ex-procurador da República Marcello Miller e o empresário Joesley Batista, por supostas irregularidades nas tratativas da delação premiada dos executivos da J&F. (O Estado de S. Paulo e O Globo)

Datena - Visto como potencial reforço para a campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, o agora pré-candidato ao Senado José Luiz Datena (DEM) criticou a segurança pública no Estado que o tucano administrou por quatro mandatos. (O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo)

Centro - Com aproximação da Rede, partido de Marina Silva, e do Podemos, sigla do pré-candidato Álvaro Dias, o manifesto que pede união do centro foi lançado em São Paulo com um apelo para evitar o que se chamou de catástrofe na eleição presidencial. (Folha de S. Paulo)

Propostas - A pouco mais de 20 dias do início do período de convenções partidárias, os cinco pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas resistem a apresentar propostas detalhadas do que pretendem fazer na presidência da República, caso vençam a disputa. (O Globo)

CNI/IBOPE 1 - Pesquisa aponta que o grupo de eleitores dispostos a vota branco ou nulo nas eleições supera todos os pré-candidatos no cenário sem o ex-presidente Lula. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico)

CNI/IBOPE 2 - A avaliação negativa do governo Michel Temer subiu de 72% para 79%, em comparação com a pesquisa anterior, feita em março. Com esse resultado, Temer continua sendo o mais mal avaliado entre os presidentes desde José Sarney. (todos os veículos)

Saúde 1 - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou novas regras para coparticipação e franquia dos planos de saúde que podem fazer com que o valor mensal pago às operadoras mais do que dobre. (manchete de O Globo)

Saúde 2 - Os planos de saúde empresariais devem ter reajuste, de 19% em média, acima do aumento de 17,9% ocorrido no ano passado. Assim, essa modalidade terá subido 158,35% desde 2013, muito acima da inflação acumulada no período. (manchete do Valor Econômico)

Pré-sal - O governo não poderá mais fazer, neste ano, o leilão do óleo excedente do pré-sal, que poderia render até R$ 100 bilhões aos cofres públicos. O motivo da postergação do leilão é uma mudança nos critérios de acompanhamento de desestatizações do TCU, aprovada na semana passada. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico)

Sociedade - A crise econômica emperrou o desenvolvimento geral dos municípios brasileiros, mas produziu estragos bem mais profundos no mercado de trabalho das mais de 5 mil prefeituras brasileiras, conforme dados da Firjan. (Folha de S.Paulo)

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